segunda-feira, agosto 29, 2005
Relato da Manifestação do MPL em Brasília - 26/08
Perto de 500 manisfestantes lotaram um setor da rodoviária de Brasília. A manifestação começou com uma concentração às 16h no subsolo da Rodoviária do Plano Piloto. De lá, @ manifestantes deram uma volta na Rodoviária e, então, seguiram para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Esta Agência estatal é responsável por autorizar o aumento das passagens suburbanas e interestaduais. Isto é, no caso de Brasília, a ANTT foi responsável pelo recente aumento das tarifas para as cidades periféricas que contornam Brasília (Valparaíso, Luiziânia...). Depois de entrar no prédio da ANTT e cobrar explicações da agência, @s manifestantes seguiram para a Rodoviária pelo meio das ruas. No caminho, passaram pelo Conjunto Nacional interditando o trânsito por alguns minutos e conversando com a população.
Então, @s manifestantes voltaram para a Rodoviária e foram para a estação central do metrô, que fica lá. Chegando perto das catracas do metrô, os manifestante fizeram uma assembléia, decidindo não pular as catracas devido à forte repressão policial que provavelmente aconteceria. Em duas das últimas manifestações do MPL em Brasília, houve repressão policial desnecessária com prisões, gás de pimenta e muito cacetete. (Imagine se centenas de pessoas fizessem o catracaço no metrô naquele momento).
Por fim, a galera voltou para a escadaria da Rodoviária e terminou o ato com mais uma assembléia e muita batucada.
Relato
Vídeos 1, vídeos 2, e vídeos 3
quarta-feira, agosto 24, 2005
Sobre a repressão política ao Movimento Passe Livre no Distrito Federal
Por d. MPL-Floripa
Em meio à enxurrada de notícias sobre a profunda crise política que abala o governo federal, temos a impressão de que nada mais acontece mundo afora e que o projeto político de esquerda sucumbiu à mesmice, à podridão que desde antes já existia. Contudo, movimentações por todo o
país demonstram que a organização da população para dar um basta à exploração política e econômica não pode e não está atrelada ao calendário eleitoral, a este buraco negro no qual quem ousa entrar prova não conseguir sair. Os projetos políticos da esquerda, a socialização da produção, o fim da exploração por conseqüência da propriedade privada e o patronato e, claro, a liberdade, em nada se confunde com o sistema que está colocado, que representa sim o mercado e a manutenção do status quo, mas não a população, que pode e deve representar a si mesma, através da democracia direta.
Prova disso é a consolidação nacional do Movimento Passe Livre (MPL), que em julho realizou seu 2º Encontro Nacional em Campinas, com a participação de 20 cidades de praticamente todos os cantos do país. Um movimento independente, horizontal e apartidário, que vem semeando a luta pelo fim da mercantilização do transporte coletivo, abrindo novas perspectivas de luta para a juventude e a população. Curitiba, Maracanaú, Vitória da Conquista, Florianópolis e Vitória, são apenas exemplos recentes onde a população se levantou – nas duas últimas cidades conquistando a redução nas tarifas de ônibus.
Outro local que se destaca neste cenário é o Distrito Federal (DF). Após uma mobilização dos trabalhadores rodoviários, que por fim garantiu uma série de conquistas, em julho, os empresários de ônibus exigiram que o Governo do DF concedesse um reajuste de 42% nas tarifas. Assim, as
linhas internas do plano piloto passariam de R$ 1,60 para R$ 2,50 e as linhas que ligam o plano piloto às cidades satélites de R$ 2,50 para R$3,50. O MPL do DF inicia, então, uma jornada de lutas. Bloqueiam importantes vias da cidade e chegam a ocupar o órgão administrador do
transporte. Enquanto isso, as linhas que operam nas cidades do entorno sofrem reajuste de 11,9%, dando a entender que o DF não escaparia da decisão dos empresários do transporte. O reajuste foi concedido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mesmo considerando o serviço prestado pelas empresas de ônibus como “abaixo do esperado” e a despeito das necessidades da população que, segundo dados do IBGE, tem no transporte um de seus maiores gastos mensais.
O MPL, avaliando que é a população quem deve ser beneficiada e não meia dúzia de empresários, prosseguiu sua jornada de lutas. No Distrito Federal a situação chega a ser drástica. As empresas são divididas em três grupos. O primeiro é dirigido por Valmir Amaral, político conhecido pelos seus 65 processos cíveis, trabalhistas e da fazenda que tramitam na Justiça de Brasília, além de outros dois, do TRF, segundo matéria publicada no site da revista IstoÉ. O segundo grupo, das empresas do entorno, é comandado pela família Matsunaga, que volta e meia assume falência, deixa os trabalhadores assumirem o controle para depois retornar em melhores condições. E o último pedaço fica por conta de Wagner Canhedo, também político local, presidente do sindicato patronal
e notório personagem no caso da enorme dívida de R$ 254 milhões da Vasp com o INSS – motivo pelo qual chegou a ser detido.
A nova etapa da jornada iniciou no dia 15 de agosto. Novamente o protesto foi realizado em importantes vias e na rodoviária. Desta vez, a polícia investiu por duas vezes contra os manifestantes, resultando em dezenas de feridos e dois detidos sob falsa acusação de depredação de
patrimônio público. Uma estudante foi detida sob uma acusação inventada a tal ponto que a própria secretaria da Delegacia da Criança e do Adolescente recusou-se a aceitar a queixa. As três pessoas detidas foram liberadas ao fim da noite e, assim como os demais feridos, foram ao
Instituto Médico Legal prestar queixa.
Trata-se não apenas de um protesto pontual, mas de levar a cabo a máxima de que as ruas pertencem às pessoas – mesmo que Brasília tenha sido desenvolvida para que não o fossem. No dia 16 os manifestantes pararam a rodoviária e dançaram, como em um bloco de carnaval de rua. Nada mais perigoso do que dezenas de populares, estudantes ou não, retomando o papel de protagonistas nos espaços públicos, e pior, reivindicando algo concreto e se organizando para tal. A polícia novamente foi acionada e no dia seguinte, enquanto eram exibidos vídeos da luta pela
desmercantilização do transporte coletivo e pelo passe livre em todo o Brasil, as forças da repressão foram chamadas para impedir insustentável absurdo. Mais quatro detidos. O enredo já conhecemos: spray de pimenta, cassetetes e intimidação. Um rapaz foi brutalmente espancado.
Fatos lamentáveis como estes não podem voltar a se repetir em lugar algum. Depoimentos e vídeos estão sendo encaminhados para entidades de direitos humanos. A juventude está se organizando para que este tipo de acontecimento, a violência do Estado, não seja interpretado como um fato isolado. O MPL do Distrito Federal compõe uma coletividade que alcança as cidades mais remotas do Brasil, do Rio Grande do Sul à Rondônia. O movimento está atento para combater este tipo de autoritarismo. Nas palavras do coletivo do Distrito Federal: "toda hora é hora de mobilização: o local é onde você está e quem organiza é você. Pare a cidade antes que ela te pare. Por uma vida sem catracas".
sexta-feira, agosto 19, 2005
Calendário de atividades (agosto-05)
para ver o calendário clique aqui
quinta-feira, agosto 18, 2005
MPL-DF dá prosseguimento à jornada de lutas e a repressão policial continua
O Movimento Passe Livre -DF segue fazendo mobilizações diárias contra o aumento das passagens. Depois do ato de bloqueio de rua do dia 15/08 que foi duramente reprimido pela polícia, o Movimento fez um bloco de carnaval de rua na rodoviária, no dia 16/08, contando com a adesão das pessoas que por lá passavam.
Hoje, 17/08, os/as manifestantes estiveram novamente na rodoviária, fizeram um apitaço e ocuparam uma rua por algum tempo. Com a chegada de seis viaturas da ROTAM o protesto retornou à rodoviária, onde seriam assistidos os filmes das mobilizações do Movimento Passe Livre que ocorreram em todo o Brasil.
A truculência policial também continuou. Enquanto os filmes eram assistidos, a polícia militar e a ROTAM agrediram um menino de rua e tentaram prendê-lo. Ao verem o que estava acontecendo, os/as militantes do MPL tentaram impedir a agressão. A polícia então utilizou deste pretexto para reprimir o Movimento. Spray de pimenta e cacetetes foram utilizados e dois militantes do MPL e um garoto de programa foram detidos.
MPL convoca população para resistir ao aumento das passagens no Distrito Federal
O Movimento Passe Livre do Distrito Federal (MPL-DF) iniciou nesta segunda-feira, 15 de agosto, uma jornada de lutas contra o iminente aumento das tarifas de ônibus no DF, após o reajuste nas cidades do entorno. O protesto foi feito na rodoviária e nas vias L2 Norte e W3 Sul, ambas bloqueadas pelos/as manifestantes.
A polícia tentou sem sucesso dispersar a manifestação em seus dois focos. Na L2 Norte a polícia investiu duas vezes contra os/as manifestantes. Muitos/as ficaram feridos e dois foram detidos sob falsa acusaçõe de depredação de patrimônio público. Na W3 Sul a polícia fez um enorme cerco aos/às manifestantes e ameaçou coletar nomes dos mesmos para dialogar com a direção das escolas onde são matriculados/as. Uma estudante foi detida na W3 Sul sob uma acusação inventada a tal ponto que a própria secretaria da DCA (Delegacia da Criança e do Adolescente) recusou-se a aceitar a queixa. As 3 pessoas detidas foram liberadas ao fim da noite e, assim como os/as demais feridos/as, foram ao Instituto Médico Legal prestar queixa.
No entanto, a repressão policial não conseguiu parar o protesto, que manteve seu percurso planejado, tampouco intimidar a continuação da jornada da lutas. O MPL-DF convoca toda população ao carnaval de rua que será realizado a partir das 18 horas de terça-feira, 16 de agosto, na rodoviária do Plano Piloto. Para além disso, o movimento afirma que "toda hora é hora de mobilização: o local é onde você está e quem organiza é você. Pare a cidade antes que ela te pare. Por uma vida sem catracas".
domingo, agosto 14, 2005
tabela de aumentos
Tabela com as tarifas das linhas que operam entre DF e Entorno
Confira os reajustes nas 30 linhas que operam entre o DF e o Entorno:
CORREDOR | LINHA | TARIFA ANTIGA (TRANSP) | TARIFA NOVA |
NORTE | PLANALTINA (DF) - PLANALTINA (GO) | 1,60 | 1,79 |
BRASÍLIA (DF) - PLANALTINA (GO) | 3,00 | 3,36 | |
SOBRADINHO (DF) - PLANALTINA (GO) | 1,97 | 2,21 | |
PLANALTINA (DF) - FORMOSA (GO) | 2,12 | 2,37 | |
SUL | BRASÍLIA (DF) - CIDADE OCIDENTAL (GO) | 2,31 | 2,58 |
GAMA (DF) - PARQUE ESTRELA D'ALVA (GO) | 1,03 | 1,15 | |
BRASÍLIA (DF) - VALPARAÍSO (GO) | 2,07 | 2,31 | |
BRASÍLIA (DF) - NOVO GAMA (GO) | 2,68 | 3,00 | |
TAGUATINGA (DF) - PARQUE ESTRELA D'ALVA (GO) | 2,11 | 2,36 | |
TAGUATINGA (DF) - CIDADE OCIDENTAL (GO) | 2,66 | 2,97 | |
BRASÍLIA (DF) - LUZIÂNIA (GO) | 2,83 | 3,17 | |
BRASÍLIA (DF) - PARQUE INDUSTRIAL MIGNONE (GO) | 2,40 | 2,68 | |
GAMA (DF) - LUZIÂNIA (GO) | 2,10 | 2,35 | |
GAMA (DF) - NOVO GAMA (GO) | 0,76 | 0,85 | |
TAGUATINGA (DF) - LUZIÂNIA (GO) | 3,18 | 3,57 | |
TAGUATINGA (DF) - NOVO GAMA (GO) | 1,85 | 2,06 | |
TAGUATINGA (DF) - VALPARAÍSO (GO) | 2,42 | 2,71 | |
GAMA (DF) - VALPARAÍSO (GO) | 1,34 | 1,49 | |
TAGUATINGA (DF) - PARQUE INDUSTRIAL MIGNONE (GO) | 2,75 | 3,08 | |
GAMA (DF) - CIDADE OCIDENTAL (GO) | 1,57 | 1,76 | |
BRASÍLIA (DF) - LAGO AZUL (GO) | 3,19 | 3,58 | |
GAMA (DF) - LAGO AZUL (GO) | 1,50 | 1,68 | |
BRASÍLIA (DF) - CÉU AZUL (GO) | 1,90 | 2,13 | |
OESTE | BRASÍLIA (DF) - VALE SÃO JERÔNIMO (GO) | 2,93 | 3,27 |
BRASÍLIA (DF) - SANTO ANTÔNIO DO DESCOBERTO (GO) | 2,78 | 3,11 | |
BRASÍLIA (DF) - CIDADE ECLÉTICA (GO) | 2,97 | 3,32 | |
BRASÍLIA (DF) - ÁGUAS LINDAS (GO) | 2,96 | 3,31 | |
TAGUATINGA (DF) - ÁGUAS LINDAS (GO) | 2,01 | 2,24 | |
CEILÂNDIA (DF) - ÁGUAS LINDAS (GO) | 1,66 | 1,86 | |
TAGUATINGA (DF) - SANTO ANTÔNIO DO DESCOBERTO (GO) | 2,21 | 2,47 |
Tarifas de ônibus no entorno do DF aumentam.MPL convoca a população
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) determinou o aumento pressionada pelas empresas que reivindicavam um aumento de 30%,usando como justificativa o reajuste nos preços do óleo e do diesel. No entanto, a qualidade dos serviços oferecidos pelas empresas de ônibus é reprovado, não só pela população, como pela própria ANTT. A qualidade de todas empresas foi classificada num relatório expedido pela própria Agência como "abaixo do esperado".
O MPL-DF convoca toda a população para a jornada de lutas contra o aumento das passagens. Uma série de mobilizações estão programadas para ocorrer a partir de segunda-feira (dia 15) às 17 horas na rodoviária do Plano Piloto.