quarta-feira, dezembro 27, 2006

Frente de Luta Contra o Aumento em São paulo

Um mês de luta contra o aumento das tarifas em São Paulo

















A luta contra o aumento das passagens de ônibus, metrôs e trens na região metropolitana de São Paulo capital completou um mês. O aumento foi considerado abusivo por diversos setores da sociedade, pois o reajuste de 15% (de 2 para 2,30) nos ônibus e os 9% (de 2,10 para 2,30) nos metrôs e trens ultrapassaram o índice da inflação que segundo o IPCA foi de 6,9%. Enquanto vereadores, a UNE e a CUT entravam com ações judiciais exigindo um reajuste de acordo com inflação, o Movimento Passe Livre (MPL) convocou uma Frente de Luta Contra o Aumento (FLCA). Formada por diversos movimentos, grupos políticos e indivíduos, a FLCA considerou que a luta deve ter como objetivo a redução total de qualquer aumento. Exigem, também, que o transporte deve ser realmente público, o que implica gratuidade para toda a população e gestão fora da iniciativa privada.

As pessoas que trabalham e passam pelo centro de São Paulo acostumaram-se a ver os/as manifestantes que, desde o dia 24 de novembro, concentram-se toda semana no Teatro Municipal e saem em passeata. Nesta última quinta-feira ocorreu o sexto ato no local. A luta tem incomodado as autoridades públicas que têm se esforçado para sufocar as mobilizações através da repressão policial. Tal atitude resultou em diversas pessoas feridas. Os casos mais graves foram o de um militante que teve o braço quebrado e diversas escoriações nas costas e de uma militante atingida na perna pelo estilhaço de uma "bomba de efeito moral". Além das queimaduras, os estilhaços provocaram perda da motricidade no dedo anelar esquerdo.

Apesar de já ter se passado quase um mês da data do aumento, o mesmo continua sendo pautado na sociedade graças às diversas mobilizações, destacando-se neste sentido os escrachos regulares que a FLCA tem realizado nas aparições públicas do prefeito Gilberto Kassab. O aumento ainda não foi barrado e as mobilizações vão continuar. Um ato está marcado para a próxima quinta feira, 28, em frente ao Teatro Municipal, a partir das 16 horas.


confira os links:

leia mais sobre o transporte: palestra de Lúcio Gregori no 3º Encontro do Mov. Passe Livre [com áudio] | O direito ao transporte público e gratuito: entrevista com Lúcio Gregóri | Crise no ar, crise nos ônibus: classe e visibilidade dos problemas na mídia | Os protestos contra o aumento e o horizonte de um transporte público de verdade | jornal do Movimento Passe Livre (MPL) | panfleto do MPL distribuído nos atos contra o aumento

vídeos dos atos da Frente: dia 24/11 | dia 30/11 | dia 1º | dia 3 protesto na árvore de natal do Banco Santander | dia 10 | dia 17(1) | dia 17(2) | dia 18

editoriais no CMI: Em São Paulo, mais uma vez o prefeito é alvo de protestos | E a população arcando com o aumento | "A prefeitura isenta o banco e desconta no povão" | Continua a luta contra o aumento em São Paulo | Estudante espancado pela PM não poderá se formar esse ano | Frente realiza grande ato e convoca outro para hoje (01) | Semana contra o aumento das tarifas em São Paulo | Frente de Luta Contra o Aumento realiza ato em São Paulo | Ato contra o aumento das tarifas em São Paulo | Prefeitura anuncia aumento e setores da sociedade se organizam

sexto ato da FLCA ou e agora josé?

fotos:
dia 24: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | população apóia ato contra aumento | feridos | ação da polícia militar | repressão | população pede para a polícia parar | operação porta aberta
dia 30: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | I | II | III | IV | V | A | B | C | [SP] Ato contra o aumento - Contrastes | Tava cheio de P2 | Cadê a identificação, sr policial?
dia 1: [SP] Fotos da repressão contra a Frente de Luta | Foto I | II | III
Mais fotos: Fotos de Cristian no Hopital do Servidor Público Municipal | Escracho avenida Paulista | Escracho Oscar Freire | R$ 4,5 milhões pra calçada dos ricos, aumento da tarifa de ônibus para os pobres | produção de faixa, prefeito no guindaste, escracho

::: O QUE DIZEM OS TÉCNICOS: Pesquisa "Mobilidade e Pobreza" (ITRANS, 2004) | Estudo sobre capacidade de pagamento da população (IPEA, 2006) | "Transporte urbano e inclusão social: elementos para políticas públicas" (IPEA, 2003) | Tarifas de ônibus nas capitais 1994-2003 (Min. Cidades, 2004) | Estratégia de transporte urbano do Banco Mundial (2002) | Novas tendências em política tarifária (NTU, 2005)

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Exército Revolucionário e Insurgente de Palhaç@s - ERIP

Algumas considerações sobre a breve porém poética existência do
Exército Revolucionário e Insurgente de Palhaç@s (ERIP).


No começo do ano, a população do DF foi surpreendida por um repentino e injusto aumento, um tanto quanto estratégico para os empresários e magnatas dos transportes, afinal o único movimento que discute transportes no Bra$il e que possivelmente faria(como fez,hehehe) algo contra isso, o Movimento Passe Livre, querendo ou não, é um movimento majoritariamente estudantil e o que a elite dos transportes previu foi que estaríamos totalmente desestruturadxs, afinal era período de férias estudantis. Em uma semana, aos trancos e barrancos, fazendo o possível e impossível para que o máximo de pessoas participasse, organizamos o ato que ficou marcado pelo que a mídia tachou como violência, mas que a meu ver não passou duma reação um tanto quanto esperada pra uma população enfurecida com os transportes, que vale ressaltar, em anos em Brasília não se viam mobilizações relativas ao mesmo, a suas condições, a suas enormes tarifas,até em 2004 o Movimento Passe-Livre iniciar suas atividades.

No dia 06/01 aconteceu este ato, onde a fúria da população fugiu totalmente ao nosso controle (quando digo “nosso” controle não nos coloco como vanguarda desse ato, mas apenas coloco isso, pois tínhamos puxado esse ato), que resultou em vários ônibus quebrados e mais de 2 horas de confronto com a polícia. Havíamos feito um ato contra a redução das tarifas, mas as tarifas não baixaram com esse ato e tínhamos plena consciência que era apenas o início e que ainda tinha muita luta pela frente. Durante toda a semana seguinte ao dia 6, organizávamos o segundo ato dessa jornada de lutas sabendo que a polícia não se encontraria mais desestruturada e surpreendida como na primeira manifestação, como também não seria qualquer polícia, mas a polícia de Brasília, que é possivelmente das mais bem preparadas e numerosas do Brasil.

Durante boa parte das longas assembléias que se seguiam viemos mantendo que se a conduta da polícia fosse violenta também seria a nossa, mas em dado momento nos colocamos a indagação de que se reagíssemos violentamente possivelmente não conseguiríamos ir muito além com o ato e talvez dificilmente geraríamos o distúrbio que pretendíamos gerar, que era bloquear vias, enfim, parar a cidade.Decidimos então por fazermos uma manifestação aberta e explicitamente pacífica de forma que pudéssemos manter nossa conduta de ação direta sem que a polícia(que como dito antes, tínhamos certeza que estaria numerosa e organizada) pudesse reagir de maneira agressiva. Mas como conseguir isso?

Foi citado por algumas pessoas ao longo das assembléias que tivemos nessa mesma semana que dificilmente a polícia atacava aos manifestantes que estavam na batucada/animação da manifestação, possivelmente por que a mesma não entendia essxs como ameaças, percebemos então que era necessário que essas pessoas responsáveis pela animação tomassem a frente da manifestação, de forma que dificultassem com que a polícia avançasse contra os manifestantes, para que nossa intenções pacíficas ficassem mais explícitas possíveis, faltava algo mais e para isso decidimos por em prática uma antiga proposta de um companheiro, que inspirado no Exército de Palhaç@s da Europa, propôs que criássemos um aqui. As pessoas que se dispuseram a participar disso; e que vale dizer, em grande maioria estavam tendo suas primeiras experiências como palhaç@s; se reuniram e prepararam o que foi uma carta na manga para nossa atuação no ato que aconteceria. É interessante observar que em momento algum durante a organização desse ato, passou pela nossa cabeça abdicar de fazermos ações diretas, de gerarmos distúrbios pra demonstrar nossa indignação com esse abusivo aumento .

E no dia 13/01 essa manifestação aconteceu, num dos momentos que talvez tenha sido dos momentos que mais me proporcionou arrepios, parafraseando um grande amigo “a época mais romântica da minha vida”. @s palhaç@s trouxeram àquela manifestação um clima ímpar, diferente de várias manifestações, por que por mais que o mpl sempre usasse de artefatos artísticos/culturais em suas manifestações, nessa por um momento de urgência esse artefatos haviam se tornado a maior de nossas armas. Como dito na primeira carta do exército(em anexo a este texto), tínhamos confetes e serpentinas pra enfrentar bombas de efeito moral e cassetetes e por mais que não pareça sabíamos que seria a forma mais eficaz de enfrentamento.

A grande jogada do exército de palhaç@s nesta manifestação, e foi isso algo que observei posteriormente, que acabou que aquel@s palhaç@s tiveram para a polícia naquele momento, uma representação semelhante a que tem o policial que aborda alguém na rua de maneira violenta, da mesma forma que a pessoa que é abordada pelo policial não pode reagir a suas agressões, dificilmente a polícia reagiria de maneira agressiva àquilo que era notavelmente uma ironia, uma agressão moral, pois seria algo que soaria um tanto quanto ridículo para a imagem da polícia, imaginem a seguinte manchete no jornal: “Polícia prende 20 palhaç@s em manifestação contra o aumento das tarifas”. Foi isso que também dificultou com que a polícia impedisse nossos distúrbios, além de clarear ainda mais algo que já tínhamos certa noção, nossa principal arma para os atos de rua era a surpresa, sempre teríamos que ter cartas na manga, o exército de palhaç@s e sua existência em si foi a primeira, posteriormente algumas de suas ações foram outras. Observo que o exército de palhaç@s dificultou ainda mais minha diferenciação entre o brincar e o revolucionar, por que muitas vezes quando queremos sintetizar em linhas tudo aquilo que acreditamos, acabamos por virar gravadores que apenas repetem jargões politizados e acabamos por desprezar espaços que se mostram um tanto quanto úteis na
prática.

Tantas vezes colocamos o ato de brincar como uma coisa boba e carregada de futilidades, sempre temos que separar uma coisa da outra, como se a atividade revolucionária fosse uma parte de nossas vidas, mas não algo que se mistura de forma quase que homogênea com nossas vidas. O ERIP mostrou-nos como nossa infância não foi algo que passou em vão e lembrou-nos um pouco que todo mundo deveria ter infância, que nem sempre a luta , os distúrbios são coisas tensas, mas que os mesmos podem ser incrivelmente divertidos, chegando a nos causar arrepios e não deixam de ser distúrbios.

O ERIP continuou existindo durante toda essa jornada de lutas, onde teve várias atuações memoráveis, como no dia em que o ERIP amenizou o clima duma manifestação que estava demasiadamente tensa no Paranoá(cidade-satélite aqui do DF), entre algumas outras atuações, posteriormente o ERIP se desligou do MPL tentando formar-se enquanto um grupo, lentamente o ERIP foi esfriando, acabando por adormecer mas com uma última e interessantíssima ação, que foi um beijaço em frente a uma Igreja de importância histórica do DF, em repúdio a recentes fatos de intolerância acontecidos no país e no mundo

Sobre @ Palhaç@, sua atuação política e nossas influências
para a formação dum clownismo radical,ativo e insurgente.


@ palhaç@ existe como uma expressão daquilo que é considerado ridículo e engraçado, o jeito desengonçado de andar, o jeito engraçado e na maioria das vezes desaforado de falar, as duplas de clowns que nos divertem com suas atrapalhadas confusões, a forma desengonçada que @ palhaç@ executa a demais artes circenses e a música, entre tantas outras coisas. Quando você cria um/uma palhaç@ , não está criando uma personagem, mas talvez uma outra faceta do seu eu, por isso que digo que @ palhaç@ é essencialmente libertária,por mais que nem sempre seja encaminhado nessa direção, pois trabalha muitas vezes com que libertemos vários “ridículos” que a medida que fomos crescendo foi-se esvaindo juntamente a nossa infância, da mesma forma que nos permite com que satirizemos e ridicularizemos com muito mais facilidade aquelas coisas que realmente nos soam como ridículas. Essa outra faceta do seu eu apesar de se comportar, se vestir, falar, andar de maneiras diferentes a suas usuais não deixa de ser essencialmente você, ou seja sua visão de mundo está inerentemente ligada a visão de mundo do
seu/sua palhaç@. O exército de palhaç@s talvez tenha sido essa outra faceta dentro da própria jornada de lutas, talvez a falta de prática que a maior parte de nós tinha enquanto palhaç@s impossibilitou com que desenvolvêssemos bem noss@s palhaç@s individualmente, mas de forma coletiva conseguimos explorar bastante a nossa existência enquanto palhaç@s.

Coletivamente posso analisar vários dos efeitos causados pelo exército de palhaç@s, primeiramente a surpresa por si só, como já mencionado anteriormente, além de diversas outras coisas, como as vezes em que o exército de palhaç@s amenizou o clima de algumas manifestações que estavam um tanto quanto tensas, a própria ironia para com a polícia, que mesmo não estando ali para combatermos diretamente a ela, a entendíamos como braço repressor do estado que tentávamos pressionar, logo ela é nossa inimiga. A ironia muitas vezes funciona melhor do que qualquer pedrada, o orgulho deles foi um tanto afetado por aquel@s que estavam ali dispostos a enfrenta-los sem nenhum poder de fogo. Também vale mencionar que o exército de palhaç@s por si só, enquanto coletivo se tornou um personagem do imaginário criado em cima daquela jornada de lutas.

Sobre nossas influências fica difícil delineá-las de forma clara, por sermos um grupo de jovens e em sua maioria de formação política e cultural anti-capitalista, autônoma, abaixo e a esquerda, poderia citar várias prováveis influências mas sem a menor ambição de querer nomear ou conceituar aquilo que foi feito pelo ERIP, inclusive por que não considero isso necessário, de conceituar aquilo que fizemos, pois isso restringiria a discussão sobre nossas influências que considero um tanto quanto vastas e variadas. Pra começar a falar sobre nossas influências teria que primeiramente dizer que consensualmente no grupo não existe uma linha que separe política de arte/cultura, que essa linha e distinção é normalmente dada pelos meios de produção da máquina capitalista. Que não só não fazíamos essa distinção como éramos pessoas com a particularidade de termos uma afinidade com esse tipo de atuação político-artístico-cultural. Para isso poderia dizer que grande parte do que nos inspirou em nossas leituras e aprendizados e nos deu sede de por em prática foram as histórias de grupos inerentemente jovens que atacaram a lógica social principalmente por vias culturais, aliás é interessante que essa forma de ataque já é um traço cultural da juventude, em seus questionamentos políticos, vários dos movimentos jovens anti-capitalistas autônomos de contestação surgem de maneira que não se pode traçar uma linha que divida a atuação política da atuação artística/cultural, para isso podemos citar os provos holandeses, o punk, em sua vertente mais politizada e séria, os squatters (ou kraakers .BZs, okupas), o classwar nos anos 80 na inglaterra, O CIRCA (Clandestine Insurgent Rebel Clown Army-Exército Clandestino,Insurgente e rebelde de Palhaç@s ) entre tantos outros. Para tantos grupos podemos observar inúmeras diferenças e particularidades, mas certas coisas são observadas em todos, como ousadia, a criatividade como arma e ao mesmo tempo como “tentativa e erro”, ou seja acaba que as análises serão diversas, por diferentes e distantes óticas, mas que independente das nomeações ou mesmo das conceituações sempre identificaremos práticas em comum nesses movimentos, que buscam de maneira horizontal politizar a rebeldia já existente na juventude; e são essas práticas que nos inspiram e influenciam.

Sobre a Tentativa frustrada do ERIP ter tentado se tornar
um grupo
organizado e linear e algumas conclusões

Posteriormente a jornada de lutas tentamos nos organizar enquanto um grupo a parte do MPL, o que teve seus lados positivos mas de certa forma faço uma avaliação negativa disso, primeiro por que olhando pra trás vejo que o ERIP surge de nossa espontaneidade e criatividade para lidarmos com algumas armadilhas que preparavam pra nós, percebendo isso, percebo também que muitas vezes em meio aos movimentos autônomos temos uma certa tendência a problematizar a espontaneidade e o agir esporadicamente sem analisar de maneira precisa cada caso pra que as vezes entendamos que nem sempre isso é algo ruim e muitas vezes é sim,algo extremamente útil e estratégico.

Acho hoje em dia que o ERIP deva se manter como era inicialmente, algo atemporal, espontâneo ,criativo e adepto da surpresa, que surja e desapareça sempre que for necessária sua nobre presença em meio a tantas lutas contra tantas injustiças das quais ainda há disposição naquelas peles e rostos coloridos. Esse texto possivelmente é um tanto quanto romantizado, mas não há como não ser romântico quando olho pra trás e vejo uma das épocas mais belas de minha vida, queria encerrar dizendo que o ERIP pra mim não morreu, apenas tira um cochilo, como um/uma bom/boa palhaç@, bohemix e preguiçosx, pra mim o ERIP sempre existirá enquanto houverem pessoas que além de entender a utilidade estratégica desse tipo de intervenção, acreditam de coração nisso e estarão dispostas a por roupas coloridas, narizes vermelhos e enfrentar a brutalidade com palhaçadas. Por um clownismo radical, vivo, ativo e espontâneo.

pOr: Grosseiro Grosseiria Estabanância


terça-feira, dezembro 12, 2006

A gratuidade na prática

A gratuidade na prática

A gratuidade, segundo alguns uma utopia... Em Châteauroux, a cidade testa a gratuidade há um ano e meio. Ocasião de nos determos sobre os fatos e não mais sobre os pré-julgamentos. Desde janeiro de 2002, a cidade de Châteauroux, com 50 mil habitantes, instaurou a gratuidade total da rede de transportes urbanos de sua comunidade.

Escolha Política
Tema forte da campanha eleitoral de 2001, defendida pelo dirigente local da UMP Jean-François Mayet (localmente conhecido como multi-concessionário Mercedes!), a gratuidade dos transportes fez seu caminho no espírito dos habitantes da cidade. Inferindo sobre a "desertificação" do centro da cidade e a fraca taxa de mobilidade de seus cidadãos, o novo prefeito decidiu modificar os modos de deslocamento e, desta forma, a vida da cidade.
PS e os Verdes criticaram fortemente o projeto da gratuidade, como também os ecologistas que terminaram por reconhecer "que se deixaram contaminar as idéias pela direita". O antigo prefeito do PS ganhou um processo contra a prefeitura - esta não quebrando seu contrato com a sociedade exploradora da passagem à gratuidade - colocando em causa assim o princípio da gratuidade. Mayet disse solicitar "um direito à experiência até 2004"!

Remanejamento da rede e das vias
Com o inicio da gratuidade, uma série de medidas de remanejamento das linhas de ônibus e de reorganização do centro da cidade e de seus estacionamentos sucederam-se. Châteauroux se organiza a partir de então em torno de seu centro histórico: eixos de circulação modificados de maneira a limitar o uso de veículos particulares, estacionamentos periféricos, sentido único, giradores, paradas limitadas no centro.
Ao mesmo tempo, a rede de ônibus, reorganizada, efetua uma melhor saída dos bairros populares. Três veículos asseguram agora o encaminhamento das pessoas dos estacionamentos periféricos e das paradas de ônibus até o hiper-centro para evitar engarrafamentos pelos "grandes ônibus". Para as pessoas isoladas que querem fazer uso desses veículos de ligação, um ônibus à demanda Liberty Bus foi criado, serviço gratuito acessível por telefone.
Desde setembro de 2002, duas linhas periféricas suplementares foram adicionadas ao circuito durante os períodos escolares: o "ônibus escolar", gratuito, bem entendido.

Popularidade da nova rede
Em um ano, a utilização aumentou em 76% (2,7 milhões de viagens em 2002 contra 1,5 milhões em 2001). Este aumento fez-se sentir essencialmente entre as pessoas pobres (desempregados, trabalhadores, pessoas idosas e jovens dos bairros populares) modificando seus hábitos de utilização da nova rede. 20% dos passageiros se declararam "novos usuários dos transportes públicos".
A perda de receitas até a gratuidade foi coberta por um aumento à base do pagamento de "transport d'entreprise": adesão de duas novas cidades e alta da taxa de 0,55 à 0,60%.
No que concerne às "cifras da insegurança", tão utilizadas como argumentação contra a gratuidade, elas não aumentaram, os "gestos de incivilidade" estão até mesmo diminuindo. O diálogo inter-idades tornou-se inclusive uma particularidade da nova rede.
Se o aumento da freqüência deve muito à gratuidade, não se deve esquecer que ela foi ladeada por uma série de medidas populares: aumento da oferta e da qualidade do transporte aos quais os usuários locais se sentem cada vez mais ligados.
À vista do sucesso de Châteauroux, seria impressionante que as cidades menores em vias de "desertificação" não se interroguem quanto à aplicação da gratuidade dos transportes, levando a sociedade a uma verdadeira reflexão sobre o sentido e a orientação que as populações querem colocar ao serviço público.

* Artigo retirado do "Lignes Gratuites - Journal irregulier du Réseau pour l'Abolition des Transports Payants - n.2"> A liberdade não se conquista de joelhos, mas de pé! <>

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Solidariedade à luta em SP

Carta do Exército Revolucionário e Insurgente de Palhaç@s Fantasmagóric@s do DF (Entidade metafísica) em solidariedade as/aos que lutam para barrar mais um abusivo aumento nas tarifas de ônibus em SP


As armadilhas dos poderosos não param e o transporte é usado para enriquecê-los mais e mais, pois se o mesmo não funciona, nada, nem o que eles querem que funcione, funciona. Mais uma vez vemos uma covarde tentativa de tentar impedir o livre transito das pessoas pela cidade, o que nos entristece, mais uma vez vemos também várias pessoas dispostas a lutar e conquistar esse direito de transitar livremente, o que por outro lado nos delicia.

Quando a cidade para , param as máquinas, para o concreto, mas de forma alguma param as pessoas, estas se mechem para fazer a cidade parar e mostrar que a mesma não existe sem estas pessoas, pois elas são a cidade. Quando estão ali lutando por um transporte digno, não lutam por máquinas ou dinheiro, não lutam apenas pela cidade, lutam pelo mundo, e não é por este mundo que vivemos agora, mas por um mundo novo, um mundo em que pessoas se importam com pessoas, com a vida com o verde,mas não o verde destes pedaços de papel que fazem com que uns/umas vivam em mansões e outras/outros vivam em barracos .

Neste mundo novo que estamos construindo, somos tod@s e ao mesmo tempo somos uma/um, neste mundo somamos e respeitamos nossas diversidades, sonhos, desejos, angústias, tendo consciência de que cada pessoa é um universo e também um pedaço único e precioso deste mundo. Também neste mundo quando preciso seremos uma só, quando vemos barricadas em Oaxaca, bloqueios de vias em São Paulo, a luta contra o desalojo de uma ocupação no Rio de Janeiro, nos sentimos parte disso, por mais que fisicamente num momento tenham 10 pessoas, podemos ter certeza que neste mesmo momento milhões de cabeças e corações se fazem presentes. Neste instante somos cada um@ que se movimenta nesses lugares e em tantos outros, somos essas pessoas por que elas são parte do mundo que estamos construindo e não cansaremos de repetir que, este é um mundo onde cabem todos os mundos.

Nos alegra mais ainda ver quão criativas e diferentes são as iniciativas pra combater ao mundo de plástico que queremos destruir, ver que estas vão deis das que queimam até as que colorem, ver que o rosto mascarado e o rosto colorido e com um nariz vermelho, na verdade, são o mesmo rosto. Sabemos que as pedras, molotovs e palavras de (des)Ordem tem seus momentos, mas a poesia, os confetes, a batukada também, e nos emociona ver que em tantos lugares mais e mais pessoas tem feito dessas táticas, táticas tão combativas quanto as anteriormente citadas. É gratificante saber que em São Paulo, neste momento várias pessoas passam pela mesma emoção que passamos no começo do ano, quando munidos das mesmas armas(eram de papelão), também ousamos enfrentar mais um aumento, mais um, por que os aumentos são mais um, mas iniciativas como foi a nossa, e é a de vocês e de tant@s outr@s nunca serão mais uma.

O Exército de Palhaç@s daqui da capital cinza está há tempos parado, deve estar cochilando em alguma rede, mas sonha com Palhaç@s bloqueando vias em São Paulo, Salvador,Joinville,ou berrando em frente a embaixada do México em Caracas,e isso com certeza lhe dá vontade de acordar.Se não podemos somar com nossos corpos,roupas coloridas e narizes vermelhos, tentamos somar com nossas humildes palavras e nossos corações, que acreditem, neste momento estão aí com vocês.

Avante Pelotão!!!Sem sentido algum!!!!!

Exército Revolucionário e Insurgentes de Palhaç@s - Pelotão do DF

quarta-feira, novembro 29, 2006

Semana contra o aumento das tarifas em São Paulo

Matéria retirada do site do Indymedia Brasil

Após realizar um grande ato no centro de São Paulo na sexta-feira, dia 24, a Frente de Luta Contra o Aumento (composta por diversas pessoas e movimentos) convoca todos e todas para as atividades desta semana, dando continuidade à jornada de lutas.

Organizada para resistir ao aumento abusivo das tarifas, que será implantado esta semana nos ônibus municipais e intermunicipais, trens e metrô, a Frente de Luta Contra o Aumento pretende continuar nas ruas da cidade até que esses aumentos sejam revogados, seguindo o exemplo de Florianópolis (SC) e Vitória (ES), cidades onde o população organizada tomou as ruas e conseguiu a revogação do aumento nas tarifas de ônibus.

Mais do que lutar apenas contra esse aumento, o Movimento Passe Livre(MPL) - um dos movimentos que compõem a Frente - luta por uma nova concepção de transporte público, pautada nos interesses da coletividade e de acesso gratuito para o conjunto da população, ao invés da atual lógica de mercado, que elimina o caráter "público" do transporte coletivo.

calendário:
SEGUNDA: ESCRACHO contra o aumento às 17h, em frente à prefeitura.
QUARTA: atos regionais: "Todo lugar é lugar, toda hora é hora: BARRAR O AUMENTO!". Ato na região Sudoeste às 13h com concentração no último ponto de ônibus da Av. Vital Brasil (em frente ao Itaú).
QUINTA: GRANDE ATO NO CENTRO, com concentração à partir das 16h, em frente ao Teatro Municipal. Saída em manifestação às 18h.
SEXTA: terceiro GRANDE ATO NO CENTRO, com horário e local a serem confirmados.

para mais informações a respeito das próximas reuniões e atividades, escreva para: barraroaumento em lists.riseup.net

PANFLETO CONVOCANDO PARA O ATO DE 30/11.

Dicas de como criar uma rede de agitação política

editoriais anteriores (relatos, fotos e vídeos): Frente de Luta Contra o Aumento realiza ato em São Paulo | Ato contra o aumento das tarifas em São Paulo | Prefeitura anuncia aumento e setores da sociedade se organizam


sábado, novembro 25, 2006

Aumento das tarifas e repressao em SP

11/25/2006

O MPL DF repudia a ação policial repressiva e truculenta ocorrida na manifestação popular em

São Paulo ontem (24/11/2006) contra o aumento das tarifas do transporte naquela região. A polícia mais uma vez age com brutalidade para sufocar uma tentativa de expressão popular, batendo e calando pessoas, estudantes e trabalhadoris que tentam dia-a-dia melhorar a condição de vida de pessoas tão exploradas e consumidas pelo sistema social atual.

No DF são inúmeros e incontáveis casos de abuso, perseguições e espancamentos arbitrários de policiais sem indentificação que nos acusam de usar "toucas ninja" como razoável justificativa para bater e prender.

Mentiras, falsidade e brutalidade são armas que usam para intimidar e calar. Usemos nossas vozes, corpos e solidariedade para espressar, expandir, resistir e mudar.

Força pessoas e coletivos de São Paulo! Vocês não estão sozinhos.

Afinal temos que ser ninjas para pagar essa passagem

A favor do povo auto-organizado independente
MPL-DF

para ver fotos, videos e ler mais> http://www.midiaindependente.org/pt/red/2006/11/366505.shtml

segunda-feira, novembro 13, 2006

Flor da Palavra ÿ Jornadas AnarcoPunx

Olá!

É com muita empolgação que viemos informar sobre a ocorrência destes eventos unificados em um só: A Flor da Palavra ÿ Jornadas AnarcoPunx. A Flor, de carater e inspiração Zapatista e que occorreu por alguns cantos do Brasil e que pretende avança pelo mundo, vem com a pretensão tanto de difundir o zapatismo quanto gerar articulação dos movimentos e grupos de carater autônomo que lutam abaixo e à esquerda, expondo suas lutas e formas de resistência, aproximando o povo que luta por justiça, democracia e liberdade. O Jornadas, de iniciativa AnarcoPunk e que ocorre por todo o mundo, pretende difundir a contra cultura punk em toda sua extenssão, dizer o que somos, o que queremos, incentivar práticas autônomas e autogestionárias, valorizar o faça você mesm@ (do it yorself), expor anti arte, músicas, etc.

A Flor da Palavra ÿ Jornadas AnarcoPunx, juntamente, ocorrerá pela primeira vez aqui em Bra$ília/DF. Será entre os dias 15 à 18 de novembro.

Programação da Flor da Palavra y Jornadas Anarcopunx:
dia 15/11 (Quarta-Feira), no centro comunitário da Unb
18hrs- abertura: Breve introdução sobre a Flor da Palavra ÿ Jornadas Anarco-Punx
19hrs- FELCO (Festival Latino-Americano da Classe Obreira)
22hrs- Festa "Oaxaca Livre!" (r$3), no Centro Comunitário-UnB

dia 16/11 (Quinta-Feira), no centro comunitário da UNB
15hrs- Revolucionar o cotidiano,Cotiadinizar a revolução
17hrs- Colorindo o abandono; as ocupações culturais libertárias
19hrs-Assembléia aberta de grupos autônomos, pauta: Intergalático DF, Redes Anti-Capitalistas

dia 17/11 (Sexta-Feira), no Espaço 35, em Brazlândia*
15hrs- Democratização da mídia-Oficina e prática de rádio livre
17hrs- Oficina de Serigrafia
19hrs- Kontra-kultura PUNK
*quadra 35, conjunto F, casa 13, Vila São José, Brazlandia

dia 18/11 (Sábado), na Casa de Cultura da América Latina*
15hrs- A luta da APPO em Oaxaca-México
Lançamento do livro "A guerra é o espetáculo: origens e transformações da Estratégia do Exército Zapatista de Libertação nacional", de Guilherme Guitahy de Figueiredo e conversa com o autor.
18hrs- Marc@s somos tod@s
* SCS Quadra 04, Ed. Anápolis, 1º andar, sala 103

PARTICIPEM!!
(tragam seus títulos de eleitor/a para assinarem o projeto de lei pelo Passe Livre Estudantil)


organização: C.G.A. (Convergência de Grupos Autônomos - DF)

grupos que compõem a C.G.A.:
Ação Rebelde Dignidade Candanga - ARDC
Centro de Mídia Independente - CMI
Corpus Crisis
Koletivo de Resistência Anarco Punk - KRAP
Movimento Passe Livre - MPL

domingo, novembro 05, 2006

FELCO - Festival Latino Americano de Cinema da Classe Operária

06 a 10/nov

nesta semana, de segunda a sexta, das 12hrs às 14hrs no anfiteatro 15, ICC-Norte (minhocão). UnB.

COMPAREÇAM!

segunda-feira
TEMA: MORADIA

MTST - Direitos esquecidos: moradia na periferia
-filme brasileiro realizado pelo movimento dos trabalhadores sem-teto de São exibido em programa auditório o qual foi obrigado a ceder espaço de sua programação em função de um processo contra a homofobia, racismo e machismo veiculados nesse programa.

Chico Mendes - a dignidade não se rende
-trata da ocupação Chico Mendes, em São Paulo-

O dono do prédio
-Acompanhamento do processo de ocupação de prédios abandonados no centro de São Paulo, a perseguição, e o desalojo-

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terca-feira
TEMA: REALIDADE SOCIAL

Uma mina de ouro em Puelmapu

Chile top 10
-sobre os acontecimentos de época no Chile

Onde está a América Latina
-sobre a realidade do continente-

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quarta-feira
TEMA: TRANSPORTE

Documentários sobre o Movimento Passe Livre
-vários documentários sobre o movimento passe livre, movimento de luta pela passagem gratuita nos transportes urbanos e inversão da lógica de funcionamento dos meios de transporte, de privada para popular-

Así es el subte
-mostra a condição de trabalho dos metroviários em Buenos Aires, Argentina-

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quinta-feira
TEMA: MORADIA

Sonho Real
-Documentário premiado sobre a história de mais de duas mil famílias que ocupam uma área na área nobre de Goiânia e ali permanecem por um ano, reformando e transformando o lugar. Retrata seu brutal desalojo por parte das autoridades estaduais depois do pedido de reintegração de posse-

A negação da negação.

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sexta-feira
TEMA: MÍDIA

Curtas sobre a democratização da mídia
-vários curtas de ações de intervenção cultural e midiática em prol da democratização dos meio de comunicação-

Cordel sobre a TV digital
-curta que conta de forma divertida a história da tv e do rádio e a conjuntura da entrada dos projetos de tv e rádio digitais

domingo, outubro 29, 2006

Las barricadas em Oaxaca, México!

Nota pública do MPL-DF em apoio ao povo mexicano de Oaxaca

Diante aos recentes acontecimentos no estado de Oaxaca no México o Movimento Passe Livre do DF (MPL-DF) vem a público para expressar direto apoio à causa e ao povo de Oaxaca.

Oaxaca é o segundo estado mais pobre do México. Há cinco meses atrás, o processo de insurgência que começou com uma greve geral dos professores, se expandiu para estudantes, donxs de casa, trabalhadorxs, e lutadorxs sociais, abrangindo toda à população em um avançado processo de autogestão popular e auto-controle social. Em fins de organizar a luta, criou-se a APPO (Assembleia Popular dos Povos de Oaxaca), uma organização que reune cerca de 360 movimentos sociais oxaqueños. A rádio APPO, situada na universdade da capital de Oxaca, tem sido a voz do povo, gritando para todo mundo (via internet) pelo o que o povo de Oxaca luta e os absurdos e as arbitrariedas feitas pelo Governo estadual e federal

Algumas exigências do povo de Oaxaca são a renúncia do governador Ulises Ruiz, a autonomia, e a gestão popular dos serviços públicos dos Estado.

Nas últimas semanas a população foi às ruas, levantando em muitos pontos da cidade barricadas pacíficas em resistência à opressão das forças paramilitares bancadas pelo estado e das tropas federais. A repressão se intensificou na operação de "limpeza". A perseguição política culminou nessa semana no desaparecimento de muitxs, e na morte de pelo menos 6 pessoas, dentre as quais o ativista e cinegrafista Bradley Will, integrante da rede indymedia de comunicação. Ele morreu com um tiro no peito, assim como muitas outras pessoas que lutam pela justiça social vem perdendo suas vidas e sua liberdade hoje em Oaxaca.

Forte contato do Centro de Mídia Independente, rede indymedia Brasil, Bradley era um lutador social, e participou ativamente de muitos levantes e movimentações populares na américa Latina. Dentre outras coisas contribuiu para o documentário "Sonho Real - Uma luta por moradia" sobre o brutal despejo de 3.500 famílias em Goiânia, no ano passado, documentário premiado que ajudou a revelar o truculento processo de repressão da polícia do estado e falsidade dos políticos locais.

A partir da afinidade de objetivos e do grau de luta e participação popular alcançado em Oaxaca, o Movimento Passe Livre do DF vem, por meio desta, repudiar a ação terrorista do Estado mexicano, que até agora vem ceifando com brutalidade a oportunidade de melhoria das condições de vida da população oaxaqueña. Repudiamos as prisões e a violência das tropas federais que aconteceram e acontecem neste momento contra as pessoas de bem e contra as barricadas e bloqueios pacíficos. Repudiamos este tipo de intervenção anti-dialógica e absoluta das autoridades mexicanas.

Exigimos a liberação dos presos políticos, o encerramento das prisões e da violência empreendida contra os povos, e a retirada das tropas federais do estado de Oaxaca.

Pelo fim da repressão!

MPL-DF

*no mesmo momento em que esta carta estava sendo redigida, recebíamos mensagens incessantes de novas mortes e prisões arbitrárias em Oaxaca. Até o término da redação a energia da universidade estadual que abrigava a rádio APPO havia sido cortada.

saiba mais:
Cobertura minuto-a-minuto:
www.midiaindependente.org - Centro de Mídia Indepentende

Escute a rádio APPO de Oaxaca pela internet:
http://radio.indymedia.org:8000/appo.mp3

Noticias:
http://brigadasinternacionais.blogspot.com/
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/11/364036.shtml - lista preliminar de mortxs, feridxs e presxs
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363550.shtml - Mapa de Oaxaca
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/11/364018.shtml - comunicado de EZLN sobre Oaxaca
http://www.mountainrebel.net/oaxaca/- Participe do Bloqueio Eletronico (ajude a travar os sites de consulados do México)
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363462.shtml - Fotos da resistênica 1
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363429.shtml - Fotos da resistência 2
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363453.shtml - Ulises Ruiz, assassino de Oaxaca
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363451.shtml - homenagem ao Brad, de todos os cmis
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363438.shtml - Cmi no ar ((Comuna de Oaxaca))
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363441.shtml - Marcha na cidade do mexico
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363437.shtml - comunicado da Rede de Meios Livres
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363411.shtml - charge do Latuff, em homenagem ao Brad
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363391.shtml - em memória ao Brad
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363423.shtml - Sua ação evitará a Repressão!
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363421.shtml - Fotos e audios
http://www.estadao.com.br/ultimas/mundo/noticias/2006/out/29/344.html - Estadão
sobre Bradley Will - http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363250.shtml

manifestações de apoio pelo mundo:
ato em Madrid:
http://vientos.info/cml/?q=node/5937
ato na Itália:
http://chiapas.indymedia.org/display.php3?article_id=137297
ato na Alemanha:
http://chiapas.indymedia.org/display.php3?article_id=137299
ato em Montreal:
http://vientos.info/cml/?q=node/5926
ato na Bolívia:
http://vientos.info/cml/?q=node/5915
ato em Milão- Italia:
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363435.shtml
ato em sp:
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363454.shtml

sexta-feira, outubro 27, 2006

Ajude o MPL a coletar assinaturas neste domingo!


Os/as integrantes do MPL e voluntários/as, amigos/as, simpatizantes, e qualquer umx, estarão coletando assinaturas neste domingo para o projeto de lei que instaura o passe livre estudantil no DF.

O projeto, construído no ano passado pelos integrantes do MPL e com a ajuda de advogados voluntários, entrará na câmara como iniciativa popular. Para isso deverá contar com o respaldo de aproximadamente 17 mil assinaturas. Dessas já conseguimos aproximadamente 8 mil, coletadas durante o referendo de desarmamento e o primeiro turno das eleições. Para ver o projeto clique aqui.

Aproveitando o domingo de eleições, oportunidade em que as pessoas estão com os títulos de eleitor em mãos (com n°, zona, seção, informações necessárias ao projeto, que ninguém sabe de cor) o MPL chama à todas as pessoas que tenham solidariedade à luta, e apóiam a causa, a participar, ajudando o MPL a colher assinaturas.

Compareça à nossa próxima reunião sábado às 15hrs no CEBI (conic, venancio 2, sala 513), pegue algumas folhas do projeto e colha assinaturas na tua zona (ou em qualquer outra)! Ou imprima o projeto e faça a coleta você mesmx!

Sua ajuda é fundamental!

terça-feira, outubro 24, 2006

26 de outubro: dia nacional de luta pelo passe livre!


Venha construir a luta autônoma pelo transporte livre e justo na nossa cidade!
Faça parte você também!

Se inscreva em passelivredf@lists.riseup.net e participe!

sexta-feira, outubro 20, 2006

Semana pela democratizacao da comunicacao



Nós do mpl sabemos mais que ninguém a respeito do quanto a grande mídia pode manipular e distorcer os fatos. Como movimento popular, já tivemos diversas experiências de distorção de atos, ocupações, manifestações, etc. A mídia hoje controla com uma precisão assombrosa o que a sociedade pensa dos movimentos sociais e da ação direta. Este blog foi criado para veicular diretamente a opinião do MPL, as nossas visões e críticas, sem intermediários. Ser nosso microfone, nosso instrumento de fala. Por ele podemos falar diretamente às pessoas e elas podem nos alcançar, para ouvirem o que temos a falar. Temos também um programa na rádio ralacoco da unb veiculado por um militante do MPL e uma do CMI toda sexta das 10 às 12hrs, chamado "por uma vida sem catracas".

Consentido que a questão midiática é fundamental na nossa sociedade, o MPL está participando deste evento, e apoia sua causa: a democratização da informação e da comunicação.
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No Brasil, nove famílias controlam as principais empresas e meios de comunicação do país. Enquanto elas falam o que querem e como querem, 175 milhões de pessoas escutam, caladas. Esse controle sobre as informações que circulam no país é radicalmente contra os interesses da sociedade.

A "mídia dos poucos" viola os direitos humanos, constrói valores que servem aos interesses privados em detrimento do público e - como fica evidente durante as eleições - influencia diretamente a formação da opinião pública.

A diversidade do país e o interesse da sociedade não estão refletidos na mídia nacional. É para travar esse debate que um coletivo de organizações, redes e fóruns, espalhados pelas diversas regiões brasileiras, organiza a 4ª Semana Nacional pela Democratização da Comunicação.

Debates, mesas de diálogo, apresentações culturais vão mostrar à sociedade que a mídia é dela, que a informação é um bem público e a comunicação é um direito.

Programação da semana em brasília
site da semana
Materia no cmi

quinta-feira, outubro 19, 2006

Músicas do ciclovida, vale a pena ouvir

Compas, esse link chega numas músicas bem legais e politizadas do pessual do Ciclovida, que pedalou, ensinou e dialogou por aqui semana passada. Tem inclusive uma que fala do passe livre! Vale a pena ver, ouvir, salvar o link e repassar!
http://xanta.milharal.org/~diego/Ciclovida_MP3/

sexta-feira, outubro 13, 2006

Viplan ataca meio ambiente


Oficinas da Viplan interditadas por poluirem redes de água pluvial
05/10/2006
18h01
-Fiscais da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Distrito Federal (Semarh) lacraram nesta quarta-feira 11 oficinas e três lavatórios da empresa de transporte público Viplan, em Brasília. O órgão ambiental realizou uma blitz na garagem de ônibus do Setor de Oficinas Sul (SOF/Sul) a partir de uma denúncia apresentada pelo CorreioWeb. A empresa foi autuada por contaminar o meio ambiente com resíduos de óleo derivado do petróleo. As instalações ficarão interditadas até que a Viplan se ajuste às normas ambientais.

Na vistoria, realizada durante toda a manhã, os fiscais constataram que as caixas separadoras e de troca de óleo não estão em situação adequada. A substância não está sendo filtrada por completo e é lançada direto para as redes de água pluvial e esgoto. Além do óleo, os fiscais identificaram nas galerias resíduos de graxa, espuma de sabão dos lavatórios e um forte odor de óleo diesel. A contaminação chegou a uma vala de cerca de 50 metros de comprimento e um de largura, por onde correm águas da chuva, localizada a 100 metros da empresa.

"O processo feito pela Viplan para manutenção dos veículos está poluindo o meio ambiente. Cada ônibus deve usar de oito a dez litros de óleo e o espaço que eles têm para armazenar não é suficiente. Não daremos só uma advertência porque não é a primeira vez que flagramos essa poluição. As oficinas e os lavatórios ficarão interditados até eles se adequarem às normas", afirma o fiscal da Semarh Aldo Fernandes.

A Viplan foi autuada com base na Lei de Políticas Ambientais do Distrito Federal, Lei 041/1989. De acordo com o artigo 13, 'é vedado o lançamento no meio ambiente de qualquer forma de matéria, energia, substância ou mistura de substância, em qualquer estado físico, prejudiciais ao ar atmosférico, ao solo, ao subsolo, às águas, à fauna e à flora, ou que possam torná-lo.'

O rompimento do lacre pode implicar na interdição de todo o estabelecimento e uma multa. Além de adequar as instalações, a empresa é responsável por reparar todo o dano ambiental causado. Segundo os fiscais, essa exigência já está explicita na legislação ambiental e não precisa ser reafirmada na autuação.

O presidente da Viplan, Wagner Canhedo Filho, se negou a assinar o auto de interdição e autuação e não autorizou a entrada dos fiscais. "Ele não autorizou, mas isso não significa que estamos impedidos. A lei nos protege nesse aspecto. Pedimos reforço da polícia militar e ambiental para evitar conflitos maiores", comenta Fernandes. Canhedo foi procurado pela reportagem do CorreioWeb, mas até o momento não retornou.

Poluição
O advogado Ricardo Amaral tem um escritório no SOF/Sul há 20 anos. Ele conta que poluição das empresas de ônibus sempre foi presente na região. Ele conta que há algum tempo abriu uma cisterna de água de dois metros de profundidade para irrigar suas plantas. O lote fica duas ruas abaixo a da garagem da Viplan. Em questão de dias, segundo ele, estavam todas mortas. "A poluição aqui é geral e já chegou ao Parque do Guará (reserva que fica nos fundos do SOF/SUL). Eu faço caminhada lá freqüentemente e sempre volto com o tênis todo sujo de graxa e óleo", afirma.

Segundo o autônomo José Carlos Vieira, as conseqüências mais drásticas são notadas pela população na época das chuvas. "As bocas de esgoto transbordam óleo por todo o setor. Estou aqui há quase cinco anos e sempre foi assim. As ruas ficam cobertas por um líquido preto, o cheiro fica ainda mais forte e muitas pessoas se sentem mal", conta.

Problemas rcorrentes
A Semarh vai encaminhar o caso para ser analisado pela Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público (MPDF). Há dez anos, a Viplan assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) sobre o mesmo problema no SOF/SUL. Na época, estava previsto um prazo de três meses para o adequamento e a empresa ficou sujeita a uma multa diária. A Semarh não tem informações sobre as providências da justiça neste caso. A Prodema ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Dois técnicos da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) acompanharam a vistoria da Semarh nesta quarta-feira. Segundo o superintendente comercial, Carlos Francisco Ribeiro, várias visitas já foram feitas pela Caesb na tentativa de resolver as pendências. "Desde 2003, temos visitado a Viplan e o presidente da empresa sempre pede um prazo para resolver os problemas que encontramos. Já demos 15 dias, 30 dias, o último foi de 90, mas nada nunca foi feito. Nem os detalhes menores", afirma.

A Caesb identificou pelo menos 20 itens para serem reparados, entre eles, cobrir o local de lançamento de óleo às galerias de águas pluviais e esgoto e adicionar areia ao sistema separador para melhorar o filtro. No último dia 21, a Caesb não aceitou mais prorrogações. "Aplicamos uma multa de R$ 9 mil, equivalente a 300 vezes o valor da menor tarifa de água comercial. Não queríamos chegar ao ponto de multar, porque não resolve o problema. Mas foi a única solução que achamos para pressionar mais", justifica.

domingo, outubro 08, 2006

Transporte coletivo em baixa


Matéria do "Jornal Hoje"
Quinta-Feira , 05 de Outubro de 2006

Transporte coletivo em baixa

Os ônibus urbanos perdem passageiros em todo o país. A constatação é da Associação Nacional das Empresas de Transporte Coletivo. A pesquisa ouviu 83 mil usuários em 27 cidades e constatou que as principais queixas são
sobre o preço da passagem, a violência e o desconforto durante as viagens.

Corre-corre, empurra-empurra, desconforto, insegurança durante a viagem.... Os problemas estão provocando uma mudança de hábito dos brasileiros, segundo uma pesquisa da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos. A conseqüência é uma espécie de exclusão social.

O acesso aos coletivos caiu principalmente entre os mais pobres – 14% dos entrevistados disseram que reduziram o uso ou não andam mais de ônibus. Metade deles tem renda de até três salários mínimos. “Estão deixando de sair de casa, estão perdendo a oportunidade de procurar emprego, de estudar, de conviver, 65% consideram as tarifas muito caras”, disse a pesquisadora.

Pelos números do IBGE, as tarifas de ônibus no país subiram em média 70% acima da inflação, nos últimos dois anos. Ariadina foi radical. O dinheiro da passagem, agora ela usa pra melhorar a alimentação do filho e vai para
o trabalho de bicicleta. Mas não esconde que em outras condições preferiria o ônibus. “Preferiria, se o ônibus fosse mais seguro, mais barato, mais confortável. Senão, eu vou de bicicleta mesmo e ainda economizo um dinheiro”.

http://jornalhoje.globo.com/JHoje/0,19125,VJS0-3076-20061005-245938,00.html

MOVIMENTO PASSE LIVRE

terça-feira, setembro 26, 2006

Mutirão pela colheita de assinaturas!

Neste domingo de eleições (01/10/06) estaremos todxs colhendo assinaturas para o projeto de lei

de iniciativa popular pelo passe livre estudantil. Aproveitando a ocasião em que as pessoas estarão com seus títulos de eleitores na mão, com seus respectivos números, zonas e seção.

O projeto,para ser validado, precisa de cerca de 17 mil assinaturas. Já temos 5 mil, colhidas durante o referendo popular do desarmamento. Tínhamos então trinta pessoas fazendo a correria.

Venha ajudar a colheita de assinaturas! Compareça quinta feira às 19 hrs no CEBI (CONIC, edifício Venâncio II, sala 513), onde separaremos os grupos por zonas e planejaremos a colheita.

Ou faça você mesmo! Baixe o arquivo clicando aqui, imprima e xeroque o projeto de lei e colha assinaturas na sua zona ou onde puder.

Esperamos a presença do máximo de pessoas que queiram colaborar nessa fase da luta. Ajude você também!

segunda-feira, agosto 28, 2006

Gastos com transportes chegam a 53% do mínimo

Brasília (AE) -
O brasileiro que anda de ônibus,
metrô, lotação ou outros tipos de transporte coletivo
em cidades com população superior a 100 mil habitantes
gasta, em média, R$ 100,00 por mês para se locomover,
segundo levantamento realizado pela Associação
Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
Isso equivale a cerca de 12% da renda média das
pessoas entrevistadas.

Em termos proporcionais, é no bolso da população de
menor renda - a que mais se utiliza desses serviços -
que a conta pesa mais. Para as pessoas que ganham até
um mínimo, os gastos com transporte coletivo
equivalem, em média, a 53% do salário. A pesquisa
mostra que, conforme aumenta a renda, menor é o peso
dos custos de transporte coletivo no orçamento. Para
quem ganha mais de 20 salários mínimos, por exemplo,
esses gastos correspondem, em média, a 0,4% do
ordenado.

O levantamento foi feito nos dias 10 de maio a 10 de
julho, abrangendo um universo de mais de 7.500 pessoas
em 3.100 domicílios localizados em 27 cidades do País
com mais de 100 mil habitantes.

Alguns dados se destacam. Entre as pessoas que usam
ônibus urbano, que é o transporte coletivo mais
utilizado, 65% dos entrevistados responderam à NTU que
consideram as tarifas muito altas. A pesquisa mostra
que o preço da passagem acaba sendo um dos principais
motivos que levam a população de menor renda (das
chamadas classes D e E) a substituir o ônibus por
outros tipos de transporte. O tempo de espera é outro
fator que contribui para esta opção.

O curioso, de acordo com a NTU, é que muitas dessas
pessoas que deixaram de andar de ônibus passaram a se
locomover a pé ou a usar a bicicleta. “A
utilização da bicicleta tem crescido
significativamente”, afirma a consultora em
transportes Sabina Kauark Leite, uma das responsáveis
pelo estudo.

O ônibus também está perdendo espaço como alternativa
de transporte entre as pessoas de maior poder
aquisitivo. Nesse caso, porém, está sendo substituído
pelo carro particular. “As pessoas de renda mais
elevada estão deixando o transporte coletivo e
passando a usar o carro por uma questão de conforto e
por reclamar da demora”, explica Sabina.

O resultado dessa mudança de comportamento foi
constatado nos números levantados pela Associação
Nacional das Empresas de Transportes Urbanos: o estudo
revela que, nos últimos 15 meses, cerca de 14% das
pessoas entrevistadas deixaram de andar de ônibus ou
diminuíram a freqüência de uso desse tipo de
transporte .

A pesquisa da NTU mostra que, em média, as viagens em
meios de transporte coletivo duram 38 minutos em
municípios com mais de 100 mil habitantes. Nas cidades
de maior porte, porém, a distância e o trânsito elevam
esse tempo, que chega a uma média de quase 50 minutos
nas metrópoles com mais de 3 milhões de habitantes.

No que se refere ao comprometimento da renda com
transporte particular, o estudo revela que quem ganha
1 salário mínimo gasta, em média, R$ 144,00, o que
corresponde a 82,5% do ordenado. Em contraste, pessoas
com salário superior a 20 mínimos gastam, em média R$
347,00, equivalente a 2% de seu rendimento.

fonte: www.tribunadonorte.com.br/noticiaprint.php?id=19965

quarta-feira, agosto 23, 2006

Lançamento da Campanha "Nossos sonhos não cabem nas urnas: Existe política além do voto!"

a internacional wikiA partir de experiências de campanhas sociais organizadas por diferentes organizações políticas nos diversos países, a Convergência de Grupos Autônomos do Distrito Federal (CGA-DF) está organizando a campanha "Nossos sonhos não cabem nas urnas: Existe política além do voto!". A proposta da campanha é fazer uma caravana em que diferentes grupos realizem, nas diferentes cidades do DF, oficinas, debates, diálogos, chamados em propaganda à organização e luta popular.

Estão participando da campanha a Ação Rebelde Dignidade Candanga (ARDC, coletivo de inspiração zapatista), Comitê Autônomo Estudantil (CAE), Centro de Mídia Independente (CMI-BSB), Coletivo Corpus Crisis (que debate os gêneros problematizando os corpos), Koletivo de Resistência AnarcoPunk (KRAP-DF), e o Movimento Passe Livre do Distrito Federal (MPL-DF).

A noite de lançamento terá a estréia de um vídeo e um jornaleco no estilo fanzine com a proposta da caravana, seguida de um debate com os grupos da caravana sobre as possibilidades da construção e fortificação de uma política radical, abaixo e à esquerda.

Contamos com a presença de todos e todas. Se não no evento, na luta =)


Quarta-Feira, 23 de agosto de 2006
Local: Balaio café - Comercial da 201 norte
Horário: A partir das 19 horas

"Senhores patrões chefes supremos
Nada esperamos de nenhum
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe livre comum
Para não ter protestos vãos
Para sair deste antro estreito
Façamos com nossas mãos
Tudo o que a nós nos diz respeito."
A internacional, Pierre Degeyter

sexta-feira, agosto 18, 2006

Direito a Transporte Escolar Gratuito

O transporte escolar em muitas situações chega a ser condição para a própria garantia de acesso à escola. Justamente por este motivo, a menção constitucional somente ao ensino fundamental não pode significar a inexigibilidade deste direito a estudantes de outras etapas.

Aspectos Gerais

A Constituição Federal de 1988 (CF88) estabeleceu os chamados Programas Suplementares ao Ensino, dentro da lógica de assegurar prioridade ao ensino fundamental regular, facilitando o acesso e permanência do estudante. Segundo o dispositivo constitucional, são programas suplementares: material didático-escolar (livro, uniforme etc), transporte, alimentação e assistência à saúde (art. 208, VII). Os artigos 54, VII, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e 4°, VIII, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) reafirmam o enunciado constitucional.

No ensino fundamental, a omissão quanto à oferta desses programas ou sua oferta irregular configura crime de responsabilidade da autoridade competente, nos mesmos termos da não garantia de vagas. Além disso, a Constituição estabelece (art.212, § 4°) que somente os programas suplementares relacionados ao transporte e ao material didático-escolar podem ser mantidos com as receitas de impostos destinadas à manutenção e ao desenvolvimento do ensino e, por conseqüência, pelo Fundef.

Os programas de alimentação escolar e assistência à saúde devem ser custeados com recursos provenientes de contribuições sociais, como o salário-educação, ou outras receitas (CF/88, art.208, § 2°), não podendo ser contabilizados para efeito de cumprimento da despesa mínima constitucional do art.212, que é 18% da receita de impostos na União e 25% dessas receitas, incluídas as transferências obrigatórias intergovernamentais, nos estados, municípios e Distrito Federal.
A sociedade deve estar atenta à aplicação regular desses recursos destinados aos programas suplementares, pois não são incomuns manobras orçamentárias com estes valores. Exemplo disso foi detectado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em relação à prestação de contas do próprio governo federal, que contabilizou em manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental os valores repassados para ?Apoio à Alimentação Escolar na Educação Básica? - R$1,23 bilhões. O mais grave é que excluindo este montante indevidamente contabilizado, constata-se que nem sequer o mínimo constitucional a ser obrigatoriamente despendido no ensino fundamental e na erradicação do analfabetismo foi respeitado em 2005.

Nessa nova série de boletins, analisaremos cada um desses programas previstos na Constituição, verificando suas formas de implementação e as possibilidades de exigi-los quando não ofertados. Outra questão a ser tratada está relacionada à possibilidade de que sejam exigidos programas suplementares nos demais níveis de ensino básico (educação infantil, ensino médio e educação de jovens e adultos), mesmo não estando garantidos de forma explícita no texto constitucional.

Direito ao Transporte Escolar Gratuito

O primeiro dos programas suplementares a ser tratado é o transporte escolar, o qual em muitas situações chega a ser condição para a própria garantia de acesso à escola. Justamente por este motivo, a menção constitucional somente ao ensino fundamental não pode significar a inexigibilidade deste direito a estudantes de outras etapas.

Por essa razão, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ? LDB (Lei n° 9.394/1996), com as modificações feitas pela Lei n° 10.709/2003 nos artigos que estabelecem as incumbências de estados e municípios quanto à oferta de ensino, passou a explicitar que a estes caberia assumir o transporte escolar dos alunos matriculados nas suas respectivas redes, resolvendo assim um antigo ?jogo de empurra? relativo a esta responsabilidade, no qual os grandes prejudicados eram os estudantes de ensino médio.

Além disso, pode-se argumentar com propriedade que os princípios constitucionais do ensino são expressos materialmente nos programas suplementares, os quais garantem a ?igualdade de condições para o acesso e permanência na escola? e a ?gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais? (CF88, art.206, I e IV). Afinal, sem a garantia de transporte escolar, a própria determinação do local a ser construída uma escola poderia significar um fator de discriminação de determinada comunidade, dificultando ou até impossibilitando o acesso dos estudantes lá residentes. Também é evidente que nesta situação o estudante seria obrigado a custear seu deslocamento, ferindo assim o princípio da gratuidade e fortalecendo as disparidades em função da renda, obstando sua permanência.

É bem verdade, como vimos no OPA n° 27, que o ECA assegura o direito à escola próxima à residência do educando, justamente visando facilitar seu acesso, além de minorar os riscos advindos de um eventual deslocamento. Não há contradição entre esta norma e o direito ao transporte escolar, há complementaridade em favor da plena acessibilidade física à escola. Ou seja, em não havendo escola perto da residência do estudante, ou por outra condição (idade, violência urbana, clima, barreira natural, deficiência etc) não lhe sendo possível chegar facilmente à escola, sem custo ou prejuízo ao seu pleno aproveitamento, este tem direito ao transporte escolar gratuito, independente de seu nível.

A divisão de responsabilidades pela garantia do transporte escolar, nos termos da LDB, está relacionada à própria distribuição constitucional de competências em matéria de ensino (art.211), ou seja, aos municípios cabe ofertar o transporte aos estudantes de sua rede de educação infantil e ensino fundamental, aos estados cabe garantir o transporte gratuito aos estudantes de sua rede de ensinos fundamental e médio, aplicando-se à União o dever de apoiar técnica e financeiramente os demais entes federados na garantia desse direito.

Em 1994, foi criado o Programa Nacional de Transporte Escolar ? PNTE com o objetivo de apoiar estados e municípios na aquisição de veículos destinados à condução de estudantes de ensino regular residentes na zona rural. Sua regulamentação, gerenciamento e fiscalização estão a cargo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação ? FNDE, autarquia vinculada ao Ministério da Educação ? MEC e responsável pela gestão dos recursos oriundos do salário-educação. A partir de 2000, o PNTE passou a apoiar também entidades não-governamentais voltadas ao atendimento especial de estudantes com deficiência.

Em 2004, contudo, houve uma modificação significativa desse programa, que passou a apoiar, com a compra de veículos, exclusivamente entidades privadas conveniadas com poder público para o atendimento em educação especial. Ao mesmo tempo, através da Lei nº 10.880, foi criado o Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar ? PNATE, que passaria a atender os estudantes da rede regular de ensino. O novo programa ? PNATE - não mais consiste no apoio à aquisição de veículos, sendo voltado apenas à manutenção do serviço. O repasse de recursos é feito a partir de um valor per capita anual estabelecido nacionalmente e distribuído em função do número de estudantes matriculados nos níveis fundamental e médio das redes públicas municipais e estaduais, o que permitiu sua universalização a praticamente todos os municípios com estudantes na zona rural.

Contudo, esse programa merece algumas críticas e reparos. Primeiramente, contradiz os princípios constitucionais do ensino que o Estado continue financiando a compra de veículos, através do PNTE, para os estudantes com deficiência atendidos em entidades privadas e não faça o mesmo em favor das escolas públicas que atendem regularmente este público. Ademais, ao deixar de aportar recursos federais para a compra de veículos, uma vez que o PNATE apóia unicamente a manutenção do serviço, a União tem se omitido em relação à absurda debilidade da frota (em grande parte terceirizada) hoje utilizada no transporte dos estudantes.

Além disso, apesar das exigências legais que condicionam o repasse de recursos ao respeito à legislação de trânsito, são inúmeros os casos de estudantes transportados em veículos de carga, os chamados ?paus-de-arara?, que assim são total ou parcialmente mantidos pela União. Muitos têm sido os acidentes fatais ocasionados por este transporte, como foi o caso da tragédia ocorrida na cidade de Sousa/PB, em maio de 2006, quando um caminhão tipo F-400 que transportava 28 pessoas na carroceria, entre eles, estudantes do ensino médio e fundamental e três mães de alunos, chocou-se com um ônibus escolar do município vizinho de Vieirópoles/PB, ocasionando a morte de 13 pessoas e 15 feridos.

Em situações como esta, há clara responsabilidade tanto do município que contratou o veículo como da União que o financia. Mas, evidentemente, não se deve esperar que aconteça esse tipo de fatalidade para que se exija o cumprimento dos direitos à educação, à integridade e à vida através da oferta adequada de transporte escolar gratuito. É preciso agir preventivamente, nesse sentido, algumas experiências precisam ser reproduzidas no país. Todos têm o poder de fiscalizar irregularidades e omissões na oferta dos programas suplementares ao ensino (LDB, art.5°), utilizando-se dos instrumentos jurídicos adequados: representação ao Ministério Público (estadual ou federal, quando envolve recursos da União), petição administrativa às autoridades ou ação judicial.

No estado do Ceará, por exemplo, uma representação do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente ? CEDECA ao Ministério Público Federal, possibilitou a abertura de um Inquérito Civil Público em 2005, no qual são partes o governo estadual e todos os governos municipais, por aplicação irregular dos recursos federais, fruto da massiva utilização de veículos inadequados. Nesse caso, serão propostos Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), visando à regularização da frota. Os municípios que não assinarem o TAC poderão ser acionados judicialmente, sendo responsabilizados seus gestores.

Também já é possível encontrar nos tribunais do país decisões positivas no sentido de determinar o cumprimento do dever estatal de garantir transporte escolar quando não assegurada escola perto de casa. Por fim, é comum aos gestores públicos justificarem a manutenção de veículos de carga na precariedade das estradas. Contudo, estas também são de sua responsabilidade! Daí, outro viés possível diz respeito à exigibilidade judicial de adequação das vias públicas, de forma a torná-las transitáveis pelos veículos de transporte, uma vez que constituem meio para o exercício do direito à educação.

Ação Educativa
URL:: http://www.acaoeducativa.org/acaonajustica

quarta-feira, agosto 02, 2006

Encontro nacional amplia organização do movimento

O Movimento Passe Livre (MPL) realizou seu 3º Encontro Nacional entre os dias 28 e 30 de julho, na Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST, em Guararema, São Paulo.

O objetivo do encontro foi a consolidação nacional do MPL e o avanço de perspectivas para a luta por um transporte público de verdade, sem exclusão social; gratuito e fora da iniciativa privada. Entre as decisões do encontro estão a luta pelo passe livre para toda a população, e não somente para estudantes. O MPL inseriu nos seus princípios a organização nacional através de um pacto federativo, para reafirmar a horizontalidade e a autonomia dos coletivos locais.

Participaram do encontro coletivos de ABC paulista, Campinas, Guarulhos, Mogi das Cruzes, Santos e São Paulo (SP). De Santa Catarina vieram Blumenau, Florianópolis e Joinville. Também estavam presentes militantes de Aracaju (Sergipe), Curitiba (Paraná), Distrito Federal e Salvador (Bahia).

Matéria retirada do site do Indymedia Brasil

domingo, junho 04, 2006

Relato Rápido sobre o primeiro dia (03/06) do Encontro Intergalático DF

Foi apresentado, pela ARDC, uma comunicação sobre o histórico e as inovações ligadas ao EZLN dentro do contexto de mudança radical da sociedade. Seguiu-se a isso uma discussão bastante interessante e rica que percorreu diversos pontos ligados a importância ou desimportância da tomada do Estado para a destruição das estruturas e práticas opressivas de poder, como acontece e como se quer que seja feito revolução(ões). A discussão foi bastante enriquecida pela presença de posições divergentes no encontro, apesar de haver visualmente uma predominância de compas de tendência libertária/horizontal/apartidária. Foi apontada uma discusão sobre organização em redes e horizontalidade.

No Dia de hoje, DOMINGO 04/06, venham tod@s! A programação é uma discussão sobre o que é o encontro intergalático e o que fazer nas eleições do Brasil. Uma das idéias é formar ou reativar por esse encontro uma rede de grupos autônomos para desenvolvermos propostas e ações na oportunidade mesma de mais um espetáculo eleitoral, colocando em evidência toda a experiência e práticas políticas particulares de cada grupo, indivíduo ou fração de indivíduo, etc. Certamente será melhor do que tudo que se pode fazer em Brasília num Domingo...

Até lá!

sábado, junho 03, 2006

Encontro Intergalático

Ae nêgada
postando essa mensagem para convocar todxs para o 1 Encontro Intergalático que o pessoal
do coletivo Ação Rebelde Dignidade Candanga ta organizando. Será um encontro bem loco que reunirá todo o pessoal da luta autônoma de bsb mais otras galera, para trocar ideia e discutir
principalmente qual será nossa atuação (e se podemos atuar conjuntamente) no momento
de eleições desse ano. Ou seja, o que faremos, e como, no sentido de dizer que a política não se faz apenas em campanha eleitoral. Existe política além do voto!

Creio que a resolução será algo no caminho de uma contra-campanha de conscientização. O nome da parada é em função dos " caracóis intergaláticos" zapatistas (que conota a união das
diferentes pessoas e grupos em luta), os quais estão organizando a chamada Outra Campanha no méxico. Em períodos de eleições elxs passam em caravana pelas cidades alertando para a necessidade das pessoas de se organizarem e "agirem localmente
pensando globalmente", mostrando que existe vida política além do voto, e que na verdade é a que interessa..........

nós estamos pensando em algo do tipo em que varios grupos passem um tempo em cada cidade satélite de bsb realizando atividades, por isso é importante bagarai que vcs
comparecam........... o MPL transferiu a assembléia desta semana para dentro do encontro, que será no sábado e no domingo (dia 3 e 4) na biblioteca demonstrativa (506 norte, plano piloto), apartir das 2 horas da tarde, até as 18hrs.... entrem no site da parada:

http://intergalaticodf.blogger.com.br

leiam mais sobre a campanha Existe política além do Voto:

http://brasil.indymedia.org/eo/blue/2006/05/353364.shtml
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/05/352827.shtml

Compareçam geral! Essa é decisiva.....


coletivo blog mpl

domingo, maio 14, 2006

Carta de adesão do MPL-DF ao Movimento Passe Livre

***Carta aprovada na Assembléia do MPL-DF do dia 13 de maio de 2006

Adesão

O Movimento Passe Livre do Distrito Federal tem toda honra e alegria de, mesmo chegando atrasado na festa, aderir formalmente ao MPL-Brasil. Apesar de enviarmos a carta de adesão somente agora, participamos ativamente da construção do movimento nacional desde o Fórum Social Mundial de 2005, quando estivemos na Plenária Nacional do Passe Livre. Desde então temos participado das reuniões do GT-Nacional, discutido/deliberado sobre as resoluções nacionais do movimento e, à nossa maneira, dialogado com os outros MPL's no Brasil sempre que possível. Seguimos o calendário nacional de mobilizações proposto, realizando atos no dia 1° de abril de 2005 e também no dia 26 de outubro do mesmo ano. Participamos também do II Encontro Nacional do Movimento Passe Livre (ENMPL), sediado em Campinas em julho de 2005. Além disso, por fim, participamos da produção do jornal nacional do MPL tanto em sua parte de concepção editorial como também enviando um texto que compôs o mesmo.
Participar do movimento nacional para o MPL-DF é mais que integrar uma entidade com pessoas que congregam dos mesmos princípios e valores que os nossos. Acreditamos que podemos, com nossa experiência, gerar frutos efetivos para a transformação radical da sociedade. É estratégico pro MPL-DF construir nacionalmente um movimento que contribua na organização da luta popular anticapitalista.

Princípios

Quando começamos nossa ainda pequena movimentação local não esperávamos que tão rapidamente constituíssemos um movimento nacional que tivesse como pauta outro sistema de transportes. Por isso tratamos de, logo de início, organizar o movimento a partir de 4 princípios básicos: Autonomia, Horizontalidade, Apartidarismo e Politização. Nessa época entendiamos que os princípios da Autonomia e Apartidarismo dariam conta da nossa Independência. Colocamos, de maneira um pouco ousada, uma forma organizativa como princípio político - sabendo que essa confusão mais resolveria problemas que traria - e pensamos a "Politização" como um meio de não nos restringirmos à nossa luta específica - ainda não eramos tão ousados/as ou maduros/as para afirmarmos publicamente nossa posição anticapitalista. Queriamos construir - e construimos - um movimento diverso que abarcasse diferentes pensamentos da população.
A partir do convívio com os outros MPL's, na construção do movimento nacional, avançamos em algumas posições. Obviamente a independência entrou em nossos princípios. O anticapitalismo veio substituir a politização. A disposição de frente única era semelhante à nossa diversidade. Tiramos como deliberação interna do movimento que militantes de partidos são mais que bem vindos no movimento, desde que não participem das instâncias do mesmo organizados como bloco. Utilizamos ao extremo a metodologia de delegações para organizar nossas atividades e distribuir responsabilidades. Concordamos com o pacto federativo entre os diferentes MPL's espalhados pelo país, desde que sejam respeitados os princípios nacionais e haja autonomia local na organização das lutas. Referendamos então os princípios nacionais do Movimento Passe Livre.

História

A história do MPL-DF está, em parte, narrada no artigo que escrevemos para o jornal nacional lançado no dia 26 de outubro de 2005. O artigo segue abaixo, em anexo. Trataremos então de narrar, aqui, tanto os fatos recentes como também algumas questões mais orgânicas que não estão contempladas na matéria.
O MPL-DF surgiu por meio de trabalhos de bases nas escolas. Fizemos atividades de agitação, panfletagens e etc chamando estudantes para um primeiro ato, no dia 25 de outubro de 2004. Mais de 80 pessoas compareceram e a partir de então começamos a nos reunir para organizar o movimento aqui - na época era algo como "comitê autônomo de lutas pelo passe livre". Organizamos uma lista de e-mails (que hoje tem 535 inscritos/as), continuamos a passar nas escolas e fazer mini-atos, acumulando forças. Nossas assembléias, as vezes semanais, as vezes quinzenais, contavam sempre com um elevado número de pessoas. Estávamos na promessa.
No começo do ano de 2005 fizemos novamente uma intensa divulgação do MPL e chamamos estudantes - principalmente secundaristas de escolas públicas - para a reunião de lançamento do movimento no ano de 2005. A reunião, que ocorreu no meio de março, contou novamente com cerca de 80 pessoas. Lá deliberamos algumas coisas sobre a organização do movimento durante o ano e marcamos o dia do nosso próximo ato (que foi em 1° de abril, chamado "a mentira dos transportes" e contou com aproximadamente 200 pessoas).
Ao mesmo tempo iniciamos, além das atividades de base, articulação com sindicatos e movimentos sociais. Fomos à plenária de formação do Movimento dos Trabalhadores Desempregados - MTD-DF, hoje nosso "movimento irmão" na cidade - nascemos no DF quase na mesma época e sempre tivemos ótimas relações. Com sindicatos a coisa caminhou bem até certo ponto, mal em outros, mas caminhou. Ainda encontramos dificuldades até hoje no trato com setores razoavelmente burocratizados da esquerda, mas não deixamos de dialogar. Participamos também da recepção da marcha do Movimento de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra - MST, no mês de abril. Lá, além do movimento - com quem dialogamos até hoje-, conhecemos diversas outras entidades com as quais tivemos algum contato.
Logo após a marcha, iniciamos uma jornada de lutas contra o aumento das tarifas, que durou de junho a setembro. O aumento, que estava programado pra julho, foi adiado. Para conhecer um pouco mais desse intenso período conferir o compilado de links <http://www.midiaindependente.org/pt/blue//2005/08/328194.shtml>
Passada a jornada de lutas iniciamos tanto um trabalho de articulação do movimento em Grupos de Trabalho como também nos preparamos pro ato do dia 26 de outubro. O ato foi para entrega simbólica do nosso projeto de lei por iniciativa popular, que institui o passe livre estudantil universal, irrestrito ou, como melhor fala um militante do movimento "sem distinção de quando, onde ou porquê!" O ato do dia 26 ocorreu na mesma época da Assembléia Popular - Mutirão por um novo Brasil - evento que auxiliamos na infraestrutura.
Passado o ato do dia 26 começamos a nos preparar para reorganizar o movimento, já que haviam uma série de coisas a serem discutidas (mas que não haviamos conseguido discutir pelo aperto de atividades). Aí veio, enfim, o aumento de tarifas, pegando de surpresa à quase toda população do DF. Empreendemos uma enorme jornada de lutas que ainda está por ser relatada. Cremos que vocês acompanharam... Se não, além dos aquivos do site do CMI-Brasil <http://www.midiaindependente.org> vale dar uma conferida no nosso blog <http://www.vidasemcatracas.blogspot.com>
Por fim, atualmente estamos discutindo questões orgânicas do movimento, além de nossas relações com outros grupos próximos da cidade. Além disso existem uma série de outras questões que não relatamos (como a história da nossa relação com partidos, nossos problemas internos, enfim...), mas que ficam pra outra conversa. Acreditamos que esse relato seja suficiente para darmos uma visão geral do movimento. Um outro ponto que vale ser falado eh que nossas reuniões, desde o meio de 2005, são semanais: todos os sábados às 15 horas. Atualmente temos feito discussões relativas à nossa reorganização interna, etc.

Finalizando

Por fim, apresentamos nossa disposição de construir o movimento nacionalmente. Participaremos sempre que possível das atividades nacionais assim como também nos esforçaremos por sempre trazer novas idéias ao movimento e mantê-lo ativo na luta popular.
Paz entre nós, Guerra aos senhores!!

Por uma vida sem catracas, MPL-DF

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Anexo - Texto do MPL-DF no Jornal do Movimento Passe Livre Por uma vida sem catracas - MPL-DF

A luta social nos espaços urbanos nunca foi tarefa fácil para quem quer se organizar como corpo militante de juventude numa perspectiva de longo prazo. No caso do Distrito Federal – sem tradições de organização popular para a luta duradoura, seja por sua constituição geográfica ou por ter nascido para ser um órgão burocrático – a situação se torna ainda mais complexa. A experiência do Movimento Passe Livre, contudo, trouxe avanços a esta questão nacional e localmente. As experiências de Salvador e Florianópolis foram instrutivas tanto sobre a forma horizontal e descentralizada de disseminação da luta como por sua estrutura orgânica, que permite uma leitura coletiva e politizada da realidade, superando sectarismos partidários.
No DF o crescimento e fortalecimento do MPL têm superado as expectativas. Dia 25/10/04 (da criação do então Comitê pelo passe livre no DF), poucas eram as esperanças de que aquela luta ganhasse a força e a expressão que tomou. Pensávamos que o passe livre fosse mais uma ferramenta de organização de setores da juventude do que um efetivo instrumento político urbano. Porém a luta imersa na coletividade (sempre ela) impulsionouinúmeros militantes ao seio do movimento. Pequenas manifestações, simplesmente por seu caráter de ação direta, sua cultura de organização autônoma, além de sua organicidade crescente foram suficientes para que todos e todas as envolvidas solidificassem o movimento.
Após a 1ª Plenária Nacional pelo Passe Livre (Porto Alegre, janeiro de 2005), além da certeza da relevância da luta local, saímos com uma organização nacional em construção - o Movimento Passe Livre. Assumimos essa tarefa no DF realizando logo em seguida uma mobilização com cerca de 200 estudantes. Estava lançado o MPL-DF, que iniciou atividades de catracaço, panfletagens, debates em escolas etc. A juventude individualista e desacreditada do Distrito Federal tomou para si não só a responsabilidade coletiva de organização de um movimento específico, mas também a da inserção na luta de classes de maneira realmente transformadora.
Mais que nos organizarmos, passamos por provas à efetividade na mobilização social. Em processo de um iminente aumento das tarifas no DF, o MPL realizou entre junho e agosto de 2005 uma intensa jornada de mobilizações (agora com mais de 500 pessoas). Ocupamos órgãos públicos (DFTRANS e ANTTAgência Nacional dos Transportes Terrestres), construímos blocos carnavalescos e levamos à sociedade a possibilidade efetiva de mudança da realidade através da luta.
A despeito do empresariado dos transportes e do Governo do DF, as tarifas rodoviárias do Distrito Federal não aumentaram, em favor do povo e por meio de sua ação. O Movimento Passe Livre do Distrito Federal mostrou sua força, vitalidade e capacidade de formulação em meio a situações adversas; lançou-se à sociedade trazendo a perspectiva de construção de um transporte urbano efetivamente popular; constituiu um referencial de ação urbana coletiva, politizada, de enfrentamento. Deparamo- nos com uma intensa repressão policial que foi incapaz de nos intimidar intimidar e avançamos uma vez mais sobre as estruturas do Estado. Iniciamos agora uma jornada pelo passe livre, com nosso acúmulo de forças e ânimo renovados. "Toda hora é hora/ todo local é local para mobilizações e quem organiza é você".
Certos grupos criticam o MPL-DF afirmando que somos um movimento restrito e sem formulações gerais. Nossa resposta, ao invés de galgar mais espaços letrados, vem principalmente em mobilização. Os referenciais organizativos e táticas que criamos constantemente influem, dialogam, contagiam os diversos setores da sociedade e nossa luta se multiplica. Seja em coletivos (de mídia independente, de solidariedade zapatista, do movimento anarcopunk, da luta feminista, do movimento LGBTT, de arte militante, do movimento negro, de torcidas organizadas, de escolas livres, de associações de skatistas, de movimentos culturais), ou em organizações outras, aquelas/es que imaginavam que nossa pauta era específica a um setor da sociedade começam a perceber que os referenciais de luta que estamos criando apontam não só para um novo sistema de transportes, mas também para uma outra sociedade.