terça-feira, junho 26, 2007

Festa das rádios livres


Da união entre RADIOLA FM, RALACOCO FM, ANTRO e CASO surge o primeiro grande evento:

Com a mistura de ritmos da banda RUPESTRE, o reggae raíz da banda SEMENTE PROMETIDA (reggae a semente + terra prometida) e o poeta do rap, GOG, que acaba de gravar o seu primeiro dvd!
A festa oferece ainda espaço alternativo com:
Dj's das Rádios Livres mandando um som a la diversidade cultural total e DJs PERCUSSION BROTHERS estarão ajudando esse movimento mandando o melhor do Reggae, Ragga, DuB, Dancehall, Hip Hop!

Palco principal:
GOG
Semente Prometida
Rupestre

Espaço alternativo:
Dj“s- das Rádios Livres +Percussion Brother's
Orquestra Malavida

Sábado, dia 30 de junho
A partir das 22h
Centro Comunitário da UnB

R$ 5,00 até 00h - R$ 7,00 após 00h
Cerva $1,50 até 00h

PELA DIVERSIDADE CULTURAL, LIBERDADE DE EXPRESSÃO,MOVIMENTOS SOCIAIS E CONTRA O MONOPÓLIO MIDIÁTICO!

quinta-feira, junho 21, 2007

Planka: movimento pela gratuidade do transporte (Suécia)


O artigo a seguir foi escrito por um voluntário do Centro de Mídia Independente de São Paulo, sobre um encontro que teve com o referido grupo. Boa leitura!

Planka: movimento pela gratuidade do transporte (Suécia)

Por Pablo Ortellado - voluntário do CMI-SP (Email:: pablo@riseup.net)

No dia 13 de junho tive um encontro com os companheiros do movimento sueco Planka Nu (Viagem Grátis Já) em Estocolmo. Abaixo segue o relato da conversa.

O movimento tem por volta de 4 anos e, assim como o Passe Livre, demanda transporte gratuito para todos. A estratégia que eles adotam, no entanto, é única. Na Suécia, se você é pego no metrô ou ônibus sem bilhete, você toma uma multa (atualmente no valor de 800 Kronos, cerca de 240 reais). Como o custo de um passe mensal é de 650 Kronos (195 reais), não vale a pena arriscar. O que o Planka Nu vem fazendo, no último ano e meio, é constituir um fundo coletivo para pagar a multa caso quem viaja de graça seja detido. Funciona assim: o Planka fundou uma associação legalmente constituída e todo mundo pode se associar pagando uma mensalidade de 100 kronos (30 reais) no banco. Se você for pego viajando de graça, basta apresentar a multa para a associação e a associação paga a multa para você. É um seguro para pular a catraca.

O caráter único desta estratégia vem do fato de que na Suécia, viajar de graça não é exatamente um crime - a lei diz que se você for detido, você paga uma multa na forma de "tarifa complementar". Assim, a estratégia deles, a despeito das muitas críticas do governo e da direita, parece ser perfeitamente legal. Esse fundo, com o passar do tempo, se mostrou inclusive superavitário. Eles são hoje o único grupo autônomo que tem dinheiro em caixa e fazem sempre doações para outros movimentos, em particular o movimento em defesa dos imigrantes. Eles têm um pequeno escritório dividido com outros grupos onde recebem chamadas telefônicas das pessoas que foram detidas e prestam auxílio legal. Todo o trabalho é voluntário.

Atualmente, a associação tem 350 membros, mas esse número varia de mês a mês. Quando a passagem aumenta, o número de associados cresce e quando a passagem baixa, o número de associados cai. O grupo é formado por um núcleo duro de umas 4 pessoas que sempre participam das reuniões, mais umas 10 a 20 pessoas que vão e vêm.

Além do "seguro", o grupo também organiza manifestações, dá auxílio jurídico e faz uma campanha política permanente defendendo o transporte gratuito para todos. No dia seguinte ao que conversamos, eles fariam uma manifestação no órgão equivalente à câmara de vereadores contra um projeto de lei da direita que redirecionava as multas para quem violava o rodízio de carros no centro da cidade para a construção de rodovias (quando antes o dinheiro das multas ia para o transporte público). Eles também fazem uma campanha grande, distribuindo adesivos, fazendo camisetas, mochilas, etc. Além disso, eles têm um advogado voluntário que auxilia pessoas que sofreram abuso pela polícia pelo fato de estarem andando de graça (parece que todo mês acontece de alguém ser espancado). O fato do seguro ter um superávit permanente permite financiar todas essas atividades de propaganda com folga.

Pelo que eu pude ver, o Planka é um movimento conhecido no país. Sempre que acontece algo relacionado ao sistema público de transportes, eles são chamados pela imprensa para comentar (apenas um exemplo: outro dia a polícia retirou um camelô que trabalhava na entrada do metrô e a imprensa foi pedir a opinião do Planka). Eu também vi um vídeo-clipe muito legal de um rapper que foi feito para o Planka Nu a pedido do pessoal de Gotemburgo (link abaixo). Parece também que uma personalidade da TV Sueca (a primeira participante de um Big Brother a fazer sexo na frente das câmeras) fundou um partido (acho que meio como a Cicciolina na Itália) e convidou o Planka para participar da parte do programa relacionado a transportes. Embora a associação tenha só 350 pessoas, eles terminam sendo considerados os "representantes não oficiais" de todo um setor da população que viaja de graça. Segundo estimativas do próprio metrô, entre 6 e 10% da população viaja de graça.

Do ponto de vista político, o Planka defende um transporte gratuito para todos. Eles não têm conexões permanentes com os partidos políticos e vêem a sua tarefa não como a de propor leis, mas de pressionar os políticos a proporem leis. Muitos dos militantes vieram do movimento estudantil "sindicalista" (ou seja, ligado ao sindicato anarquista SAC - hoje com cerca de 10 mil associados), mas têm enfrentado dificuldades com alguns grupos anarquistas que os têm criticado. Eles não têm muito bem definido o modelo de transporte gratuito para todos que defendem. Têm apenas o princípio geral de que o transporte deve ser gratuito e financiado por um imposto progressivo (como o imposto de renda).

Atualmente, dois partidos apóiam "em teoria" a causa da gratuidade dos transportes: o Partido Verde e o Partido da Esquerda (antigo Partido Comunista). No entanto, esse apoio "teórico" não se transforma em propostas de lei efetivas, porque para propor leis a esquerda depende sempre do apoio do Partido Social Democrata (que governou a Suécia por 70 anos e recentemente saiu do poder) e o Partido Social Democrata não apóia a gratuidade. Eles também têm problemas com o sindicato estudantil (que, pelo que pude entender, é um corpo oficialmente eleito nas escolas e universidades) que luta pela expansão do desconto para estudantes (que é restrito a determinados horários) e vê a luta pela gratuidade como ameaça a sua estratégia.

A propósito, do ponto de vista estratégico, o Planka acredita que a viagem gratuita é equivalente a uma "greve dos transportes" - uma espécie de "greve dos consumidores". Eles também entendem que a estratégia deles é popular porque permite alcançar um objetivo concreto - é o estabelecimento de uma alternativa "aqui e agora". Essa estratégia, na avaliação deles, é próxima da dos internautas que baixam música gratuitamente (aliás, eles mencionaram que algumas pessoas do movimento pirata na Suécia esteve envolvido no Planka no começo da campanha).

O Planka Nu está bem estabelecido em Estocolmo e parece que um grupo em Gotemburgo também está consolidado, ainda que menor e menos influente. Eles tentaram expandir a experiência deles para outros países (como a Alemanha), mas nunca conseguiram. O principal entrave é que nos outros países viajar sem pagar a passagem é crime. Assim, embora haja ativistas que se interessam e lutam pela gratuidade dos transportes (eu mesmo tive notícia de um grupo em Paris), eles não encontraram como o Planka uma estratégica prática de ação. Um pouco por isso eles ficaram muito entusiasmados com o MPL, cujas lutas já tinham ouvido falar, mas acho que não sabiam que era um movimento organizado. Minha impressão é que valeria muito a pena o MPL estreitar os laços com o Planka.

Abaixo alguns links com maiores informações do Planka:

Site com informações em inglês:
http://www.planka.nu/eng

Breve informação em português:
http://www.planka.nu/international/no-portugus

Email: sthlm@planka.nu

Video do rapper Mofo "Join Us" sobre o Planka.Nu
http://youtube.com/watch?v=wHkeC8ZPuco

Artigo retirado do endereço: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/06/386137.shtml

domingo, junho 17, 2007

Confira o panfleto distribuido pelo MPL na X Parada do Orgulho Gay no DF.



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segunda-feira, junho 04, 2007

AUMENTO DAS TARIFA$ EM FLORIANÓPOLIS...

No início da semana passada, 27 de maio, as tarifas do sistema de transpote público em Florianópolis tiveram um novo aumento. A passagem passa de R$ 1,80 para R$ 1,90, no cartão, e de R$ 2,10 para R$2,40 em dinheiro. A tarifa social que hoje custa R$ 1,15, no cartão, passa a ser R$ 1,25, e em dinheiro ela irá custar R$ 1,50. Um novo aumento, que como os outros tantos pelo país afora, é baseado na velha fórmula de empurrar para a população os custos de um sistema de transporte caro e ineficiente. Isso é um absurdo inaceitável!

*Notícias, notas e demais materiais sobre o aumento podem ser encontrados nos seguintes links:
:: http://www.mplfloripa.blogspot.com/
:: http://www.midiaindependente.org/
:: http://manifestacao.rizosfera.net/


Nota Nacional do Movimento Passe Livre

O Movimento Passe Livre vem manifestar nacionalmente apoio à luta contra o aumento de passagens em Florianópolis. Recorrente há anos por todo o Brasil, tal luta também se insere em nossa busca por um transporte realmente público. Nos solidarizamos portanto não só com o MPL-Floripa, mas com toda a população da cidade que resistirá a esse aumento.

:: http://www.mpl.org.br/



sexta-feira, junho 01, 2007

O QUE SE GANHA COM O AUMENTO DAS VELOCIDADES?
retirado de: http://bicicletanavia.multiply.com/
pOr: Paulo Cesar Marques da Silva*
escrito em maio de 2007


Seria leviano atribuir a morte trágica de mais dois ciclistas atropelados no acostamento do Lago Norte, na última semana, à política de aumentar os limites de velocidade de algumas vias. Mas a circunstância de que a perda das duas vidas aconteceu exatamente no dia em que as placas de 60km/h foram substituídas pelas de 70 km/h no local nos obriga a refletir seriamente sobre os efeitos desse desatino com que o Detran quer marcar a reedição do programa Paz no Trânsito.

Ainda há alguns dias, em debate numa emissora de televisão, tive a oportunidade de ouvir do representante do Detran que as vias sujeitas a aumentos de velocidade não são escolhidas aleatoriamente, mas sim com base em estudos técnicos. O apresentador do programa então pediu detalhes de tais estudos e todos aprendemos que se trata do monitoramento dos índices de acidentes — vias que apresentam altos índices não são candidatas à dilatação dos limites de velocidade. Convenhamos, é um critério pouco responsável.

É o próprio Detran que nos informa que a primeira edição do Paz no Trânsito e a implantação da fiscalização eletrônica de velocidade fizeram o número de mortes no trânsito cair de 610 em 1996 para 465 em 1997. O número de mortos por 100 mil habitantes caiu de 34 para 22 no mesmo período e está hoje um pouco abaixo de 20. Coincidência ou não, as velocidades médias nas vias do Distrito Federal caíram abruptamente, também nesse período, em cerca de 40% e vêm se mantendo estáveis graças à fiscalização eletrônica. Sem dúvida, são resultados alentadores — mas não podemos nos dar por satisfeitos com esses números. Só para termos uma idéia, a meta da Política Nacional de Trânsito é reduzir a 14 o número de mortos por 100 mil habitantes até 2010. Ou seja, se reduzimos em 40% esse índice num período de 10 anos, temos só mais três anos e meio para reduzi-lo em outros 30%. De onde vem, então, a idéia esdrúxula de aumentar as velocidades?

O argumento que o Detran vem apresentando à população é da redução dos tempos de viagem. É claro que velocidades mais altas reduzem os tempos de viagem. Mas será que nós temos uma noção razoavelmente precisa do que é essa economia? Façamos uma conta simples. A via L4 Sul tem aproximadamente 10km de extensão. Percorrendo-a de ponta a ponta, no limite de velocidade anterior, de 70 km/h, gastávamos 8 minutos e 34 segundos. Com o novo limite, de 80 km/h, gastamos 7 minutos e 30 segundos. Isso mesmo – uma incrível economia de 1 minuto e 4 segundos. Outros exemplos? Nos aproximadamente 3km da EPJK (entre a DF-001 e a Ponte JK), o aumento de 70 km/h para 80 km/h nos proporciona um ganho de 19 segundos; nos 9km do Lago Norte (de 60 km/h para 70 km/h), 1 minuto e 17 segundos. Formidável.

O argumento fica ainda mais frágil quando o Detran diz que o objetivo é aumentar a fluidez nos horários de pico. Ora, nesses horários a velocidade não fica limitada pela regulamentação, mas sim pela concentração de veículos. Em outras palavras, é a alta demanda veicular, levando a operação da via para os limites de saturação, que impõe as restrições de velocidade nesses horários. Isso é tão elementar que a insistência do Detran em usar tal argumento deixa no ar a forte sensação de abuso demagógico da boa-fé da população.

O mais grave de tudo, entretanto, está nas conseqüências do aumento da velocidade sobre a ocorrência e a severidade dos acidentes. O impacto de um choque ou de um atropelamento depende da energia cinética do veículo em movimento, ou seja, varia com o quadrado da velocidade. Portanto um aumento de, por exemplo, 17% na velocidade (de 60 km/h para 70km/h), que significa 14% de redução no tempo de viagem, corresponde a um choque 36% mais grave. Por isso morrem 50% das pessoas atropeladas a 50 km/h, 90% das atropeladas a 70 km/h e praticamente 100% das atropeladas acima de 80 km/h. Além disso, mesmo quando a velocidade alta não é o fator principal de determinado acidente, ela pode impedir que o acidente seja evitado.

Assim, o Detran prestaria um serviço muito melhor à população do Distrito Federal se divulgasse fatos como esses, que ajudam a desconstruir a nefasta cultura da velocidade, em vez de jogar para a platéia medidas que não atingirão os objetivos anunciados e ainda comprometerão severamente os esforços de anos para assegurar um trânsito mais humano. Ainda é tempo de recolocar o Paz no Trânsito no rumo certo.
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*Paulo Cesar Marques da Silva
Professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB), é doutor em Transportes pela University College London (Inglaterra)